ROMA, 9 NOV (ANSA) – O Ministério do Interior da Itália baixou uma nova medida nesta terça-feira (9) em que veta a manifestação de grupos antivacina e contrários ao uso do certificado sanitário da Covid-19 em centros históricos de cidades de todo o país.

“As manifestações chamadas de ‘no pass’ estão paralisando todos os sábados – e há semanas – os centros históricos de tantas cidades, criando problemas para os cidadãos e para os comerciantes, além de gerar aglomerações entre não vacinados.

Para evitar esses problemas, o Ministério do Interior baixou uma ‘restrição’ e estabeleceu regras novas: só são permitidos manifestações paradas e fora dos centros históricos”, disse o subsecretário da pasta, Carlo Sibilia.

Ainda conforme o representante, serão intensificados ainda os controles dos passes verdes, como são chamados os certificados, e as pessoas “serão incentivadas a se vacinarem”.

Desde o dia 15 de outubro, está em vigor na Itália um decreto que obriga a apresentação do certificado para todos os trabalhadores, sejam do setor privado ou público, além da manutenção das regras anteriores de apresentar o documento para acessar eventos esportivos e culturais, bares e restaurantes em espaços fechados.

A medida gerou uma série de protestos em várias cidades, mas apesar das reclamações, o uso do certificado foi intensificado de fato. O passe verde apresenta se a pessoa está vacinada, mas também pode ser usado por aqueles que recusam a imunização desde que façam testes e que eles deem negativo a cada 48h ou 72h, dependendo do tipo de exame, ou apresentem um documento de cura da doença com validade de 180 dias.

Uma das cidades que ficou mais conhecida por seus protestos contra os certificados vacinais, Trieste, enfrenta uma forte alta de casos atrelados aos atos. Segundo o vice-governador da região de Friuli Veneza Giulia, Riccardo Riccardi, já são “mais de 200 contágios entre primários, secundários e terciários”.

O político voltou a fazer um apelo para que as pessoas se vacinem porque “a relação da curva de contágios e as internações hospitalares está melhor do que há um ano e isso se chama efeito da vacina”.

Ricciardi confirmou ainda que será feita uma readaptação dos hospitais locais para atender as pessoas que se contaminaram, especialmente, “as antivacina convictas”. “Há situações injustificáveis e Trieste é o epicentro dessa situação. Essa é uma representação que não faz jus à honra dessa nossa terra”, acrescentou.

A vacinação na Itália perdeu força e ritmo após passar dos 80% e estima-se que sete milhões de pessoas ainda não iniciaram seu ciclo vacinal. Conforme dados do Ministério da Saúde, atualizados na madrugada desta terça-feira, há 86,58% do público-alvo (pessoas com mais de 12 anos) que iniciaram a imunização e 83,67% que já completaram a vacinação. (ANSA).