A Itália se classificou para a final da Eurocopa ao vencer a Espanha nos pênaltis na noite desta terça-feira no estádio de Wembley, em Londres.

As duas equipes empataram em 1 a 1 após o tempo regulamentar e a prorrogação, com gols do italiano Federico Chiesa (60) e do espanhol Alvaro Morata (80).

Nas penalidades máximas, Manuel Locatelli falhou, enquanto na Espanha Dani Olmo disparou alto demais, para fora, e Morata chutou nas mãos de Gianluigi Donnarumma.

“Assim são os pênaltis… Foi um jogo muito difícil. A Espanha é uma grande equipe, que jogou muito bem. Fizemos um bom jogo, mas não como vinhamos fazendo. Sabíamos que iríamos sofrer em um jogo assim”, admitiu o técnico Roberto Mancini, após a classificação.

“Eles são os mestres da posse de bola”, elogiou.

Já o técnico espanhol Luis Enrique buscou motivar sua equipe, que segundo ele, poderia até ter vencido a Eurocopa. “Não é uma noite triste para nós, de forma alguma. Nos lembra que no futebol se pode ganhar ou perder. Não podemos ficar desesperados, temos de dar os parabéns ao nosso adversário”.

– Espanha começa melhor –

A proposta de Luis Enrique foi bem sucedida em boa parte do jogo, principalmente no primeiro tempo. A jovem equipe não se encolheu e nem pareceu sentir a pressão de uma semifinal em Wembley diante de 65 mil espectadores, contra uma Itália que chegou como sensação do torneio, mas que teve dificuldades para se soltar e encontrar seu jogo.

Na anunciada batalha pela posse de bola, a Espanha usou sua longa experiência com o ‘tiqui-taca’ contra a Itália que tentava armar jogadas desde sua área e acabava chutando a gol.

A ‘Azzurra’ chegava pouco, mas quando chegava não era sem perigo. Chiesa chutou na trave (4), em um lance que foi depois invalidado por impedimento, e Sergio Busquets interceptou uma bola quando Nicolo Barella estava prestes a concluir (21).

A Espanha, à vontade em sua proposta, mas pecando nas finalizações, teve algumas chances no primeiro tempo. Mas seus atacantes continuavam em branco, como havia acontecido contra a Suíça (1-1) nas quartas de final, quando o gol da Roja foi um gol contra do suíço Denis Zakaria.

Mikel Oyarzabal perdeu uma chance quando estava sozinho diante de Donnarumma (12) e perto do intervalo isolou (39). Ferran Torres chutou para fora (15) após um drible em Jorginho.

Longe do time que até então havia surfado na Eurocopa, a Itália teve que esperar até os 45 para dar seu primeiro chute válido, quando Emerson encontrou a trave do gol de Unai Simón.

– Chiesa e Morata marcam –

A Espanha continuou a criar chances no segundo tempo, mas o gol continuava parecendo pequeno demais.

E foi a ‘Nazionale’ quem finalmente se impôs a partir do primeiro gol. Donnarumma puxou um contra-ataque e depois de um corte de Aymeric Laporte, a bola sobrou para Chiesa que ajeitou na altura do bico da grande área e disparou para o fundo das redes.

Depois dessa abertura de placar, as tendências se intensificaram. A Espanha cercou a área adversária e a Itália se fechou para tentar matar o duelo com outro contra-ataque.

As substituições deram à Espanha uma segunda vida especialmente com Morata, que entrou descansado e mais focado.

O jogador da Juventus trouxe fôlego ao ataque espanhol e abria espaços, levando perigo à ‘Nazionale’. Mas foi triangulando com Olmo que ele quebrou a estrutura defensiva italiana para vencer Donnarumma e mandar o duelo para a prorrogação.

Foi o terceiro gol de Alvaro Morata, muito criticado na fase de grupos, nesta edição da Eurocopa.

– Morata e Olmo, do céu ao inferno –

Em sua terceira prorrogação do torneio – um recorde ao lado da seleção de Portugal, campeã de 2016 – a Espanha se beneficiou no lado emocional.

Em uma falta lateral, Olmo, que fez uma grande partida, ameaçou cruzar e procurou o gol, quase surpreendendo Donnarumma, em um lance em que a bola poderia ter entrado depois de um rebote (98).

Por ironia do destino, os dois protagonistas do gol espanhol, Morata e Olmo, acabaram falhando na disputa de pênaltis.

Apesar da eliminação, o veterano Sergio Busquets buscou motivar sua seleção. “A equipe foi muito bem, fomos melhores em quase todos os momentos do jogo. Estamos orgulhosos, e é o orgulho que sinto pelos meus companheiros”, disse o capitão da Roja.

“Falta um ano e meio para a Copa do Mundo, mas esse é o caminho. Há uma grande equipe, um grande grupo, e esse é o caminho, infelizmente não conseguimos finalizá-lo como gostaríamos” acrescentou.

Já o jovem Chiesa, mal conseguia acreditar que estava na final. “É uma das noites mais bonitas da minha vida, sem dúvida! Jogar por meu país essas partidas e representar 60 milhões de italianos, é um sonho incrível que eu nunca teria imaginado realizar”.

Na grande final de domingo, também em Wembley, a Itália dos heróis Chiesa e Donnarumma vai enfrentar o vencedor da segunda semifinal, entre Inglaterra e Dinamarca, que duelam nesta quarta-feira (16h, horário de Brasília).

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