Dezenas de milhares de migrantes resgatados no Mar Mediterrâneo serão enviados a centros de identificação na Albânia, enquanto a Itália analisa seus pedidos de asilo, segundo um acordo assinado em Roma nesta segunda-feira (6).

O acordo, selado pelo primeiro-ministro Edi Rama e sua homóloga italiana Giorgia Meloni, estabelece a abertura na primavera boreal de 2024 de dois centros geridos pela Itália, com capacidade para abrigar até 3.000 migrantes.

O objetivo é poder acolher 39 mil pessoas por ano, de acordo com um documento enviado pelo governo italiano à AFP.

Os centros serão construídos às custas da Itália no porto de Shengjin e na área de Gjader, no noroeste da Albânia, um país dos Bálcãs que não é membro da União Europeia.

Essas duas estruturas permitirão “realizar rapidamente os procedimentos de processamento dos pedidos de asilo ou possíveis repatriações”, indicou um comunicado do gabinete da ultradireitista Meloni.

A primeira-ministra italiana venceu as eleições no ano passado com uma campanha centrada no combate à imigração irregular.

Menores, mulheres grávidas e “pessoas vulneráveis” não serão enviados aos centros, esclareceu Meloni aos jornalistas após sua reunião com Rama.

O centro de Shengjin será usado para identificar os recém-chegados, enquanto os migrantes que devem ser repatriados serão enviados para Gjader. Ambos os locais estarão sob jurisdição italiana, indica o documento.

Mais de 145 mil migrantes chegaram às costas italianas desde janeiro, em comparação com 88 mil no mesmo período do ano passado, segundo as autoridades.

A Itália apelou à solidariedade de seus parceiros europeus, mas sem muito sucesso até agora.

“Se a Itália faz um apelo, a Albânia responde”, declarou Edil Rama, ganhando o apoio de Meloni para ingressar na União Europeia.

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