ROMA, 6 NOV (ANSA) – A Itália vai deslocar aviões e navios para monitorar águas internacionais perto da costa da Tunísia, principal ponto de partida dos migrantes que cruzaram o Mediterrâneo Central em 2020.   

O projeto foi definido durante uma reunião dos ministros do Interior da Itália, Luciana Lamorgese, e da França, Gérald Darmanin, e prevê que aviões e navios italianos alertem as autoridades tunisianas quando detectarem partidas de barcos de migrantes.   

O objetivo é ajudar o país africano a monitorar seu litoral e evitar que essas embarcações cheguem até a Itália. “Obviamente, esse plano pressupõe a plena adesão da Tunísia”, explicou Lamorgese.   

Cerca de 30 mil migrantes concluíram a travessia entre o norte da África e o sul da Itália em 2020, crescimento de 200% na comparação com o mesmo período do ano passado. Desse total, mais de um terço (12.113) é proveniente da Tunísia, que fica a menos de 100 quilômetros da ilha italiana de Lampedusa.   

A crise migratória no Mediterrâneo ganhou nova atenção após a descoberta de que o autor do recente atentado que matou três pessoas em Nice, o tunisiano Brahim Aouissaoui, havia chegado à Europa através de Lampedusa em setembro passado.   

De alguma forma, ele conseguiu escapar do controle das autoridades, atravessar a Itália de sul a norte e cruzar a fronteira com a França. (ANSA).