Itália traz praça flutuante de Veneza para COP30 em Belém

BELEM, 7 NOV (ANSA) – O governo da Itália trouxe para Belém, no Pará, a chamada “AquaPraça”, uma praça flutuante que será o elemento central do Pavilhão Italiano durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), marcada para ocorrer de 10 a 21 de novembro no Brasil.   

À margem do evento, a plataforma serviu de cenário para o encontro entre o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, e diversos empresários italianos que atuam no território brasileiro.   

“Esta é uma obra arquitetônica destinada a permanecer aqui para fortalecer a amizade entre nossos dois países. Para nós, a relação com o Brasil é de coração e sangue”, declarou Tajani, referindo-se à grande comunidade ítalo-brasileira.   

Idealizada e construída por Carlo Ratti ? referência mundial em design sustentável e curador da Bienal de Arquitetura de Veneza ?, a AquaPraça é literalmente uma “praça de água”. O projeto se inspira no Teatro del Mondo, criado por Aldo Rossi em 1979, uma instalação flutuante que se inseria poeticamente na lagoa veneziana.   

Com uma área de mais de 400 metros quadrados, a “AquaPraça” literalmente esculpe um espaço público sobre o mar, propondo um ambiente de encontro e diálogo sobre as mudanças climáticas.   

A plataforma flutua explorando os princípios de equilíbrio, deslocamento e flutuabilidade, ajustando-se constantemente ao nível da água ao reter ou liberar líquidos, mantendo assim uma borda livre mínima em relação ao entorno.   

Capaz de acomodar mais de 150 pessoas, o espaço foi concebido para receber exposições, workshops, simpósios e eventos culturais. Dessa forma, o público vivencia de perto as variações do nível do mar ? uma experiência que propõe nova simbiose entre arquitetura e meio ambiente.   

Reconhecida como Projeto Especial na 19ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, a AquaPraça foi exibida no Arsenale da cidade italiana antes de seguir para Belém.   

A estrutura foi oferecida pela Itália como espaço oficial de eventos da COP30 e integra a programação oficial da Conferência.   

Após o encerramento da cúpula, a AquaPraça será doada ao governo brasileiro, e o Estado do Pará pretende transformá-la em um espaço cultural permanente no Rio Amazonas.   

O projeto é fruto de uma parceria entre o Ministério das Relações Exteriores da Itália, a Presidência da COP30 e o Ministério do Meio Ambiente, com o apoio da Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento, do CIHEAM Bari e do programa Connect4Climate, do Grupo Banco Mundial.   

De acordo com a Farnesina, a iniciativa foi possível graças a uma coalizão global comprometida em repensar o papel da arquitetura diante das mudanças climáticas, formada por instituições como a BF International, Costa Crociere, Enel, Ferrovie dello Stato Italiane e Bloomberg Philanthropies. A construção da plataforma foi realizada pela Cimolai, empresa italiana especializada em estruturas de aço de alta tecnologia.   

(ANSA).