O ministro italiano das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, pediu aos turistas estrangeiros, nesta quinta-feira (27), que visitem a península diante da onda de cancelamentos e explicou que o foco do novo coronavírus está em uma pequena área circunscrita.

“Nossos filhos vão à escola. Se nossos filhos vão à escola, turistas e empresários também podem vir”, garantiu Di Maio em uma coletiva de imprensa em Roma, na sede dos correspondentes estrangeiros.

“Existem apenas dois surtos do vírus certificados [no norte]. De um total de mais de 7.000 municípios da Itália, apenas uma dúzia foi afetada” pela epidemia, afirmou Di Maio, enfatizando que a Itália é um país “confiável e transparente”.

“Não podemos nos sentir culpados, porque fizemos muitos controles, nem queremos minimizar” a gravidade da situação, insistiu.

As autoridades lamentam que a Itália seja indicada como uma área de risco, o que provocou alarme e pânico em alguns países, com sérias consequências econômicas.

“As inúmeras notícias erradas que circulam no exterior estão prejudicando nosso tecido econômico”, reconheceu, acrescentando que “as notícias falsas causam tanto dano quanto o risco de epidemia”.

O setor de turismo está à beira do colapso, devido ao medo do coronavírus.

A taxa de ocupação de hotéis em Milão, o coração econômico do país e que está a cerca de 60 quilômetros do foco principal da epidemia, caiu para 20%. Nesta época do ano, este percentual costuma ser de 85 a 90%, segundo a filial local da associação de hotéis Federalberghi.

Em Roma, mais de 50% das reservas para o próximo mês foram canceladas.

O cancelamento do Carnaval de Veneza, o encerramento de todos os shows musicais e de peças de teatro, assim como o cancelamento de feiras e de congressos, como o Salão Internacional do Móvel de Milão, tiveram um forte impacto para a economia do país.