LOS ANGELES, 17 DEZ (ANSA) – A Itália continua firme na disputa pelo Oscar de 2026 na categoria de curtas-metragens de animação, com duas produções que têm chamado atenção internacional.
Entre elas, destaca-se “Playing God”, criado por um grupo de amigos que conceberam e produziram o curta de 7 minutos em stop-motion sob os icônicos arcos de Bolonha, na região da Emília-Romagna.
Outra aposta italiana é “Eiru”, dirigido por Giovanna Ferrari.
Nascida em Bolonha em 1979, ela vive em Kilkenny, na Irlanda, desde 2015, onde atua como diretora de história e designer no renomado estúdio de animação Cartoon Saloon.
“Eiru”, que narra a jornada de uma menina ruiva na Irlanda celta, é o primeiro trabalho de Ferrari como diretora e roteirista. A produção conta ainda com a experiência da produtora Nora Twomey, indicada ao Oscar por “The Breadwinner”.
“Meus colegas estão acostumados a ver seus projetos avançarem na votação da Academia. Mas para mim, é uma emoção incrível! Estou muito orgulhosa de estar entre os 15 melhores curtas, dentre mais de 100 inscritos do mundo todo”, afirmou Ferrari à ANSA, em Kilkenny, enquanto mandava mensagens para os pais e atendia a ligações de amigos para celebrar a indicação.
Antes de dirigir “Eiru”, Ferrari trabalhou em longas de sucesso, incluindo “Song of the Sea”, “WolfWalkers”, “My Father’s Dragon”, que foi lançado na Netflix, e “Screecher’s Reach” para a Lucasfilm.
Seu curta, com estilo 2D colorido e minimalista, conquistou diversos prêmios em festivais internacionais, como o RiverRun International Film Festival, Dublin Animation Film Festival, Fantasia International Film Festival e Animation is Film em Los Angeles.
Após concluir o ensino médio com foco em ciências em Bolonha, Ferrari estudou animação no Centro Nacional de Cinematografia em Turim.
“Morei em Paris por 10 anos, estabelecendo inúmeras colaborações, até chegar ao Cartoon Saloon, que é um dos poucos estúdios na Europa que produz longas-metragens 2D de qualidade”, contou a diretora.
“Eiru” narra a história de uma jovem que deseja ser levada a sério como guerreira, mesmo sendo a caçula de seu clã na Idade do Ferro. Quando o poço da aldeia seca misteriosamente, ela descobre uma oportunidade de salvar seu povo, descendo às profundezas da terra para levar vida de volta ao seu povo.
“É uma história sobre ecologia, mas também uma reflexão sobre o absurdo da guerra, sobre como usamos o vizinho como bode expiatório”, refletiu Ferrari.
Agora, a diretora aguarda ansiosa o dia 22 de janeiro, quando será anunciada a lista final de indicados, e sonha com a possibilidade de estar no Dolby Theatre, ao lado de seus colegas e dos concorrentes. (ANSA).