ROMA, 31 JUL (ANSA) – O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, pediu nesta sexta-feira (31) para sua equipe suspender um repasse de 6,5 milhões de euros à Tunísia em função da crise migratória no Mar Mediterrâneo.   

A decisão chega em meio à intensificação do fluxo de migrantes e refugiados entre o país norte-africano e a ilha italiana de Lampedusa, que estão separados por apenas 100 quilômetros em linha reta.   

“Peço a vocês que suspendam essa destinação de 6,5 milhões de euros, na espera de um plano integrado mais amplo e dos resultados na colaboração que pedimos às autoridades tunisianas em matéria migratória”, disse Di Maio durante reunião do comitê do ministério que promove cooperações para o desenvolvimento.   

“Estamos todos perfeitamente cientes da importância da cooperação com alguns países, até para prevenir fluxos migratórios incontroláveis, mas neste momento, em que estamos questionando Túnis – a qual, lembro, é um porto seguro – a respeito do crescimento dos desembarques na Itália, é bom ter uma abordagem de 360 graus”, acrescentou.   

O país europeu tem visto uma intensificação dos fluxos migratórios no Mediterrâneo e, de acordo com o governo, já recebeu 13.710 migrantes forçados via mar em 2020, crescimento de 254% na comparação com o mesmo período do ano passado.   

Desse total, 5.357 são tunisianos, quase o triplo do segundo país na lista, Bangladesh, com 1.830. Na última quinta-feira (30), Di Maio já havia convocado o embaixador da Tunísia em Roma e cobrados medidas para controlar as partidas de migrantes.   

(ANSA).