ROMA, 21 FEV (ANSA) – Os governos de duas regiões da Itália anunciaram nesta sexta-feira (21) mais 10 casos do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no país, que se tornou o mais atingido pela epidemia na Europa. Até a manhã desta sexta, já havia sido confirmado o contágio de um casal de turistas chineses em Roma; de um pesquisador italiano repatriado de Wuhan, epicentro da epidemia, quando ainda estava assintomático; e de outros seis italianos na província de Lodi, na Lombardia.   

No entanto, no início da noite (horário local), o secretário lombardo de Bem-Estar Social, Giulio Gallera, anunciou mais oito casos. Todos eles foram registrados no Hospital de Codogno – cinco funcionários e três pacientes -, o mesmo que havia tratado alguns dos primeiros infectados na província de Lodi.   

O primeiro caso do novo coronavírus identificado na Lombardia é o de um homem de 38 anos que havia se apresentado no Hospital de Codogno, em 18 de fevereiro, com febre. Ele voltou ao pronto-socorro no dia seguinte e foi internado.   

Quando sua situação se agravou, sua esposa contou aos médicos que ele havia jantado com um amigo recém-retornado da China. O paciente está na unidade de terapia intensiva, enquanto seu amigo foi rastreado pelas autoridades sanitárias e colocado em isolamento, mas não testou positivo para o novo coronavírus.   

Entre as outras pessoas afetadas estão a mulher de homem de 38 anos e um amigo da família. Ambos estão internados no Hospital Sacco, em Milão. A lista de contaminados também inclui três idosos entre 70 e 80 anos, e todos os seis frequentavam o mesmo restaurante.   

Como quase todos passaram pelo pronto-socorro de Codogno, é provável que algum deles tenha transmitido o Sars-CoV-2 para os cinco funcionários e os três pacientes contaminados no hospital.   

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Vêneto – O governo do Vêneto, na Itália setentrional, também confirmou as primeiras duas pessoas atingidas na região.   

Trata-se de dois aposentados residentes em Vo’, cidade de 3,3 mil habitantes situada na província de Pádua.   

Ambos frequentam alguns lugares em comum, vivem com suas famílias e estão em isolamento no Hospital de Pádua. “Um deles está em condições críticas, na terapia intensiva”, disse o governador Luca Zaia. As autoridades agora tentam reconstruir os passos dos dois pacientes, mas sabe-se que nenhum deles esteve na China.   

O governo vêneto trata os casos como certos, mas o ministro da Saúde da Itália, Roberto Speranza, disse que ainda estão sendo realizadas “verificações”. Segundo ele, no entanto, o país está preparado para enfrentar a epidemia.   

“Já tínhamos preparado um plano, porque era evidente que isso poderia acontecer. Agora precisamos apenas colocar esse plano em prática”, declarou.   

O diretor do Departamento de Doenças Infecciosas do Instituto Superior de Saúde, Gianni Rezza, disse à ANSA que são esperados outros casos na Itália. “A prioridade é identificar os focos imediatamente”, reforçou.   

Se os casos no Vêneto forem confirmados, a Itália contabilizará 19 pessoas atingidas pelo novo coronavírus; do contrário, serão 17. Até então, o país europeu mais afetado pela epidemia era a Alemanha, com 16 casos.   

O Sars-CoV-2 já contaminou quase 77 mil pessoas no mundo e matou 2.248, sendo 2.236 na China continental. (ANSA)


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