Itália retoma buscas por desaparecidos em naufrágios

LAMPEDUSA, 14 AGO (ANSA) – A Itália retomou na manhã desta quinta-feira (14) as buscas por desaparecidos nos naufrágios de dois barcos de migrantes forçados na costa da ilha de Lampedusa, no Mar Mediterrâneo Central.   

As tragédias deixaram pelo menos 27 mortos, sendo que 23 corpos já estão na câmara mortuária de Lampedusa, enquanto 60 pessoas, incluindo 21 menores de idade, foram resgatadas com vida. Entre as vítimas está uma bebê recém-nascida que morreu afogada no Mediterrâneo.   

Paralelamente às buscas, a Cruz Vermelha italiana iniciou conversas com os sobreviventes, que foram divididos em grupos linguísticos, para tentar reconstruir a dinâmica dos naufrágios.   

Os migrantes são originários de países como Egito, Paquistão, Somália e Sudão.   

Segundo as primeiras informações, dois barcos superlotados partiram da Líbia, no norte da África, na noite da última terça-feira (12). Durante a viagem, uma das embarcações tombou, e diversas pessoas caíram na água.   

Alguns passageiros, no entanto, conseguiram subir no outro barco, que, sobrecarregado, também virou e foi avistado semiafundado ao meio-dia (horário local) de quarta (13), a cerca de 14 milhas náuticas de Lampedusa, por um helicóptero da Guarda de Finanças da Itália.   

Relatos de sobreviventes estimam que as embarcações levavam entre 90 e 100 indivíduos.   

Todos os anos, dezenas de milhares de pessoas desesperadas tentam a sorte em travessias clandestinas no Mediterrâneo a partir da Líbia e da Tunísia, as chamadas “viagens da morte”.   

Segundo o Ministério do Interior da Itália, 38.568 migrantes forçados chegaram ao país por via marítima em 2025, um pouco acima dos 37.756 registrados no mesmo período do ano passado.   

Já a Organização Internacional para as Migrações (OIM) aponta que pelo menos 675 deslocados internacionais morreram ou desapareceram na rota do Mediterrâneo Central desde o início do ano, enquanto o número de fatalidades desde 2014 chega a 25.260.   

(ANSA).