Itália rejeita propostas da UE para conter impacto econômico

ROMA, 26 MAR (ANSA) – O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, rejeitou nesta quinta-feira (26) os esboços de propostas apresentados pela União Europeia na tentativa de enfrentar a crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Segundo fontes do Palazzo Chigi, sede do governo italiano em Roma, o premier anunciou que “não aceita” o documento preliminar porque as ideias são “muito tímidas”. A informação também foi divulgada em um comunicado enquanto Conte ainda participava da teleconferência com os líderes europeus.   

“Como podemos pensar que as ferramentas desenvolvidas no passado, construídas para intervir em caso de choques assimétricos e tensões financeiras que afetam países individuais, são adequadas para esse choque simétrico?”, disse o político, de acordo com fontes oficiais. Conte ainda ressaltou que a “Itália não precisa de mecanismos de proteção personalizados e desenvolvidos no passado” e sim de “instrumentos financeiros inovadores”. O premier italiano esclareceu que ninguém pensa em “uma mutualização da dívida pública” e “cada país é responsável por sua própria dívida pública e continuará a responder a ela”. “A Itália tem credenciais para as finanças públicas: fechamos 2019 com uma relação déficit / PIB de 1,6 em vez de 2,2, conforme planejado”, explicou. Além de rejeitar as propostas, Conte também concedeu ao conselho da UE 10 dias para encontrar novas soluções. Ele, no entanto, não informou o que pode acontecer se isso não ocorrer. De acordo com nota oficial, o premier espanhol, Pedro Sánchez, concordou com o novo prazo. A decisão de Conte também foi apoiada pelo ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, durante entrevista ao programa de TV “TG1”. “Conte fez bem ao rejeitar o rascunho da cúpula da UE. Se você quiser propor ferramentas antigas, faremos nós mesmos”. “Chegou a hora de o povo italiano ser ajudado e isto significa poder gastar todo o dinheiro necessário para ajudar empreendedores, trabalhadores e famílias e se levantar desta crise”, concluiu o chanceler. (ANSA)