ROMA, 8 AGO (ANSA) – A Itália refutou a proposta de Israel de ocupar a Faixa de Gaza. A declaração foi dada nesta sexta-feira (8) à ANSA pelo vice-premiê e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani.
“Não apoiamos de forma alguma a decisão do governo israelense de ocupar Gaza. O que precisa é um cessar-fogo e a libertação dos reféns. Chega de guerra e de bombardeios, são tantas as vítimas civis”, declarou Tajani à ANSA às margens de um evento sobre “Turismo de Raízes” em Jenne, província de Roma.
O vice-premiê ressaltou que a Itália é “politicamente contrária” à ideia de Israel de tomar o enclave, tendo Roma já “enviado mensagens muito claras” sobre o assunto.
“Esse é o posicionamento de todos os países democráticos”, disse Tajani.
O ministro também afirmou que o governo de Giorgia Meloni “é favorável à entrada do maior número possível de palestinos na Itália”.
“Outros 50 [palestinos] chegarão em breve, graças ao trabalho dos Ministérios das Relações Exteriores, da Defesa e da Proteção Civil”, revelou o chanceler, reforçando que o país “continua a pressionar por um acordo entre as partes [Hamas e Israel]” por meio de “esforços diplomáticos”.
Tajani lembrou ainda que seu homólogo na Autoridade Nacional Palestina (ANP), Riyad al-Maliki, irá a Roma em 1º de setembro “para demonstrar a gratidão do povo palestino à Itália, que ao lado do Egito e do Catar, é o país que mais acolhe palestinos no mundo”.
Ele também abordou a assistência do governo italiano à população civil atingida pela fome em Gaza.
“Também estamos enviando alimentos por terra. Compramos uma nova remessa de comida e conseguimos desbloquear, inclusive, o transporte alimentar destinado a animais com a ajuda da Embaixada da Itália em Israel”, disse Tajani.
Por fim, ele destacou que a Itália aprova a ideia de reunificar a Palestina “com uma missão das Nações Unidas liderada por árabes, na qual estamos dispostos a participar com nossas forças militares”.
“Mas primeiro precisamos de um cessar-fogo, o fim dos bombardeios e a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas há [quase] dois anos nas condições que presenciamos”, falou o vice-premiê italiano, referindo-se às imagens de dois prisioneiros israelenses compartilhadas na semana passada pelo grupo fundamentalista que os mostra em condições deploráveis.
(ANSA).