ROMA, 18 SET (ANSA) – O Instituto Superior da Saúde (ISS), órgão ligado ao governo da Itália, e o Ministério da Saúde alertaram que o país vem registrando uma “lenta e progressiva” piora nos dados de contágios e internações causadas pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) nas últimas sete semanas.   

Segundo relatório divulgado nesta sexta-feira (18), com os dados relativos à semana entre 7 e 13 de setembro, constata-se a “transmissão difusa do vírus em todo o território nacional que provoca focos de dimensões relevantes e muito associados às atividades recreativas que causam aglomeração e violação das regras de distanciamento físico seja no território nacional ou no exterior”.   

Para os dois órgãos, há “importantes sinais de alerta e um aumento da transmissão local” da Covid-19 e que se os cidadãos não respeitarem as regras sanitárias atuais, “é preciso estar pronto para a ativação de novas intervenções no caso de evolução ainda pior”.   

Um ponto interessante observado pelos analistas é o aumento gradativo da idade das pessoas infectadas que, após o ápice da crise sanitária, onde os contaminados tinham em média 80 anos, chegou a cair para os 29 anos. Atualmente, essa média está em 41 anos.   

“Nas duas últimas semanas, observou-se um aumento significativo da idade média dos diagnósticos. Isso é provavelmente causado por uma transmissão da população mais jovem àqueles mais frágeis ou idosos, sobretudo, dentro das famílias: isso está refletindo um maior comprometimento dos serviços hospitalares”, diz o documento.   

O chefe do Departamento de Prevenção do Ministério da Saúde, Gianni Rezza, também reforçou a preocupação com a constante alta nos números, após sucessivas quedas.   

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“Os números de casos de Covid-19 aumentam pela sétima semana seguida, com o Rt [que calcula o índice de contágios] pouco acima de 1. Há focos espalhados por todo o país, a idade média está aumentando. Isso quer dizer que, evidentemente, há transmissão intrafamiliar”, ressaltou Rezza.   

No entanto, o que mais causa preocupação é a taxa de internação hospitalar, que vem tendo alta em praticamente todas as regiões italianas.   

No plano nacional, a taxa de ocupação subiu de 2% a 4% em setembro na comparação com o período entre 17 e 30 de agosto e, especificamente, o índice nas unidades de terapia intensiva subiu de 1% para 2% no mesmo período, sendo que algumas regiões já têm taxas acima de 5%.   

“Embora ainda não tenhamos identificado uma sobrecarga dos serviços sanitários assistenciais, a tendência observada pode refletir um maior comprometimento”, finaliza ainda o relatório.   

Nesta sexta-feira, a Itália registrou 1.907 novos casos de Covid-19, no maior dado desde 1º de maio. Porém, a quantidade de vítimas se mantém baixa, com uma média móvel de 10 casos por dia. (ANSA).   


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