NÁPOLES, 7 MAI (ANSA) – O Tribunal de Nápoles, na Itália, reconheceu nesta quarta-feira (7) a condição de refugiada de uma transexual brasileira.
A mulher, que aguardava o resultado desse processo havia anos, celebrou a decisão dos magistrados napolitanos. Ela afirmou que o Brasil é um “país lindo”, mas “extremamente perigoso” para a comunidade LGBT, principalmente pessoas transgênero.
“Depois de anos de espera e ansiedade, hoje respirei aliviada. Saber que posso viver com serenidade, tanto física quanto psicologicamente, é uma grande alegria. Vivemos em constante perigo por causa da homofobia e do ódio. Há o risco constante de sair de casa e nunca mais voltar, de sermos assassinadas, como já aconteceu com muitas meninas transgênero que conheci. Infelizmente, o Brasil é um país onde pessoas transgênero não conseguem viver em paz, onde nossas vidas não valem nada”, afirmou Isabella.
O tribunal campano acolheu a solicitação da mulher “justamente em virtude do clima de ódio transfóbico documentado no Brasil”. Os magistrados também consideraram a história de Isabella “plenamente condizente com os fenômenos de intolerância generalizada” no país sul-americano.
O juiz napolitano também reconheceu o trabalho realizado pela Arcigay, principal ONG de defesa da comunidade LGBTQIA+ na Itália, que apoiou Isabella psicológica e legalmente desde o período de sua detenção. (ANSA).