ROMA, 13 MAI (ANSA) – O enviado especial para o Clima dos Estados Unidos, John Kerry, chegou à Itália nesta quinta-feira (13) para falar sobre a possibilidade de “aumentar a ambição climática global” e debater a transição ecológica.   

Entre um de seus primeiros compromissos, o americano se reuniu com o ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, com quem trocou presentes.   

“Estamos em um momento histórico fundamental para a proteção do planeta. A Itália e os EUA são chamados para exercer um papel de liderança para convencer os nossos parceiros de que a transição energética e a luta pela proteção do planeta são uma vantagem e uma grande oportunidade para toda a comunidade internacional”, afirmou o chanceler italiano.   

Segundo Di Maio, “como atual presidente do G20, a Itália está fortemente comprometida em manter as questões climáticas e energéticas no centro da agenda internacional e em promover um novo e mais amplo conceito de segurança energética”.   

A Itália sediará uma reunião ministerial sobre energia e clima no próximo dia 23 de julho em Nápoles, a qual o ministro italiano a classificou como uma “inovação absoluta na história do G20”.   

Hoje, Kerry também se encontrou com o ministro da Transição Ecológica da Itália, Roberto Cingolani, para discutir “a COP26, as negociações do G20 Clima/Energia, ambições e esforços internacionais em contextos multilaterais, o Plano Nacional de Retomada e Resiliência (PNRR) e medidas sobre descarbonização”. “Ter vivo o objetivo de manter o aquecimento global abaixo de 1,5 grau significa que todos os países devem reduzir as emissões nesta década. Não é suficiente dizer ’emissões zero em 2050′.   

Devemos fazer agora as coisas que tornarão isso possível para chegar ao que precisamos em 2050″, alertou o enviado para o Clima dos EUA em Roma.   

No fim da reunião, Cingolani aproveitou para falar que o governo italiano teve “a honra” de receber “John Kerry, com o novo rumo dos Estados Unidos para a defesa do meio ambiente”.   

“Conversamos sobre cenários visionários, mas também sobre o presente e os compromissos que nos aguardam nos próximos meses, em relação ao G20 e COP26. Temos uma agenda muito ocupada e espero que este seja o início de uma colaboração poderosa entre Itália, Europa e Estados Unidos”, acrescentou o ministro italiano de Transição Ecológica.   

Kerry, por sua vez, ressaltou que a discussão foi “muito construtiva” e ambos concordaram “na necessidade urgente de passar rapidamente daqui para as reuniões de Glasgow em novembro, trazendo os países à mesa de negociações e fazendo mais para enfrentar a crise planetária”. “Devemos agir rapidamente”.   

“Queremos que os cidadãos, tanto da Itália como da Europa, como dos Estados Unidos, entendam que não se trata de uma escolha entre a prosperidade e uma economia que funciona ou não, mas é uma grande oportunidade e ministros, como o da Transição ecológica, têm a missão de caminhar para um futuro novo, melhor e mais seguro, com mais empregos”, acrescentou.   

Desta forma, Kerry apontou que é possível “evitar o risco de um desastre climático”, portanto, está confiante. Para ele, a união entre os países será capaz de persuadir outros líderes ao redor do mundo.   

“Haverá inúmeras oportunidades em Glasgow para seguir um caminho e manter o aumento da temperatura da Terra dentro de 1,5 °C”, explicou.   

De acordo com o enviado dos Estados Unidos, o “objetivo comum é manter 1,5º C como limite e isso significa que cada Estado terá que fazer sua parte e continuar a reduzir as emissões para a atmosfera durante esta década e não é suficiente dizer que o farão até 2050”.   

“Então, nós estamos perfeitamente de acordo e acreditamos que é uma estratégia total e não uma solução única que pode resolver esta crise, é uma abordagem múltipla que inclui diferentes recursos como combustíveis, fontes de energia e, em particular, requer negociação com a indústria pesada, um componente muito complicado, mas extremamente importante neste contexto”, concluiu Kerry.   

O enviado climático do presidente americano Joe Biden também visitará o Reino Unido e Alemanha em uma viagem que irá durar até 19 de maio. Ele manterá conversas com funcionários dos governos e líderes empresariais, além de se reunir com autoridades do Vaticano. A viagem ocorre antes de a Escócia sediar a cúpula da ONU em novembro.   

No mês passado, os Estados Unidos e outros países aumentaram suas metas de redução das emissões de gases de efeito estufa em uma cúpula global organizada por Biden que visa ressuscitar a liderança dos EUA na luta contra o aquecimento global. (ANSA)