ROMA, 12 AGO (ANSA) – O governo da Itália propôs às regiões do país que façam testes obrigatórios para detectar o novo coronavírus (Sars-CoV-2) para quem estiver retornando da Espanha, Croácia, Malta e Grécia.   

O assunto foi discutido nesta quarta-feira (12) entre o ministro da Saúde, Roberto Speranza, o ministro das Relações Regionais, Francesco Boccia, e os governadores e visa definir um procedimento padrão por todo o território.   

Segundo o rascunho obtido pela ANSA, os italianos que voltarem dessas nações precisam apresentar um teste PCR negativo que tenha sido feito nas últimas 72 horas e necessitarão fazer um novo teste em até 48 horas desde que entraram na Itália.   

O texto ainda cita a possibilidade de fazer o exame no aeroporto e que isso será testado de maneira experimental onde for possível. Fontes ouvidas dizem que há concordância sobre o projeto apresentado.   

O governo de Roma liberou que cada região tenha mais autonomia para gerenciar a pandemia, já que ela afetou de maneira diferente cada parte do país. Por conta até mesmo dessa assimetria, há governos que exigiram o teste em quem chegasse, outros que exigem uma quarentena obrigatório de 14 dias pós-retorno e alguns que não tem nenhum tipo de exigência.   

No entanto, isso pode causar confusão entre os italianos. Por isso, Roma decidiu fazer o encontro para tentar implantar uma medida única para todos os que retornam de países que estão vendo a curva de contágios aumentar.   

Uma das que mais impôs regras para os retornos é a Sicília que, inclusive, já baixou uma ordem executiva nesta terça-feira (11) para realizar os testes para detectar a Covid-19 em quem vem da Grécia, de Malta e da Espanha. A regra começará a valer em 14 de agosto.   

– Casos da Croácia: No caso da Croácia, a exigência dos testes ocorre em um momento que diversas contaminações são registradas em viajantes que estão retornando à Itália. Só nesta quarta-feira, tanto a Ligúria como a Lombardia anunciaram mais infecções em pessoas que vieram do país dos Balcãs.   

Em Bordighera, na Ligúria, cinco pessoas testaram positivo ao retornar do território croata. Na mesma região, em Spezia, duas pessoas tiveram o mesmo problema.   

Já na Lombardia, três jovens em Lodi e sete em Brescia testaram positivo após voltarem da ilha de Pag, na Croácia. O caso em Lodi alertou as autoridades, pois os rapazes estavam em um grupo de 150 pessoas, sobretudo estudantes. Ainda conforme o governo local, alguns precisaram de atendimento médico.   

A situação preocupa ainda mais em vista do feriado de Ferragosto, que ocorre no dia 15, porque muitos italianos da Lombardia tem viagens agendadas para o território croata.   

O governo da Toscana, por sua vez, anunciou que dará testes grátis para todos que voltarem do exterior.   

– Festas e boates: A reunião dessa quarta também abordou a reabertura de boates e casas de festas, que estão se tornando pequenos focos da disseminação da pandemia. O governo propôs reforçar as regras sanitárias e de segurança para evitar uma nova onda da doença e, segundo fontes, um decreto sobre o tema deve ser publicado em breve.   

Os relatos de desrespeito ao distanciamento social e a falta do uso de máscaras de proteção já vem sendo publicados pela mídia italiana há alguns dias, mas ganharam força nesse fim de semana após o fechamento de uma balada em Lucca.   

Segundo uma nota divulgada nesta quarta-feira pela Agência Sanitária Local (ASL), cerca de 550 jovens já informaram às autoridades que estavam na festa, incluindo pessoas de fora da Toscana.   

Agora, o governo faz o rastreamento de quem foi ao local nos dias 8 e 9 de agosto, pois uma jovem de Pisa testou positivo para a Covid-19 após retornar de uma viagem ao exterior. Para acelerar os procedimentos, serão realizados testagens no esquema de drive-thru em Pisa, Massa, Versilia e Lucca nos dias 15 e 16 de agosto. (ANSA).