ROMA, 14 JAN (ANSA) – Em meio a uma crise política que ameaça o mandato do premiê Giuseppe Conte, o governo da Itália aprovou na noite desta quarta-feira (13) um novo decreto que proíbe deslocamentos inter-regionais até 15 de fevereiro.   

A medida entra em vigor no dia 16 de janeiro e valerá independentemente da faixa de risco epidemiológico da região – até as festas de fim de ano, era possível fazer viagens inter-regionais entre áreas situadas na faixa amarela, que hoje é a primeira na escala do governo.   

As únicas exceções serão deslocamentos por comprovados motivos de trabalho, saúde ou urgência. O decreto também mantém o toque de recolher nacional entre 22h e 5h e limitações às visitas de cidadãos a outras residências (no máximo dois maiores de 14 anos por casa a cada dia).   

Além disso, o governo confirmou a prorrogação do estado de emergência, que terminaria em 31 de janeiro, até 30 de abril, e criou uma nova faixa de risco, a branca, para regiões com índice inferior a 50 casos semanais para cada 100 mil habitantes por três semanas consecutivas.   

Essas áreas terão regras mais permissivas do que as faixas amarela, laranja e vermelha, porém nenhuma das 20 regiões do país se enquadra nesse critério atualmente. De acordo com a classificação do governo, cinco regiões estão na faixa laranja, e outras 15 estão na área amarela.   

A principal diferença entre as duas é que, na primeira, estão proibidos deslocamentos intermunicipais e a abertura de salões em bares e restaurantes. A Itália soma pouco mais de 2,3 milhões de casos do Sars-CoV-2 e 80.326 mortes na pandemia.   

Crise – O decreto foi aprovado pelo governo após a renúncia das ministras Teresa Bellanova (Agricultura) e Elena Bonetti (Família), representantes do partido de centro Itália Viva (IV) na base aliada.   

A legenda é liderada pelo ex-premiê e senador Matteo Renzi e rompeu com Giuseppe Conte por discordar de suas políticas para utilização de fundos europeus. A saída do Itália Viva da coalizão faz o governo perder a maioria no Senado e pode levar o primeiro-ministro a renunciar. (ANSA).