ROMA, 13 JUN (ANSA) – Nove pessoas, entre políticos e investidores, foram presos nesta quarta-feira (13) pela polícia italiana sob suspeita de envolvimento em crimes de corrupção nas obras do novo estádio da Roma.   

As prisões fazem parte de uma operação conduzida pela Procuradoria de Roma sobre corrupção em um projeto para o estádio, aprovado em fevereiro e o qual altera o projeto inicial da obra. De acordo com as autoridades, seis pessoas ficarão detidas, enquanto outras três foram colocadas em prisão domiciliar. Ao todo, 16 pessoas estão sendo investigadas. Foram presos na operação o empreendedor Luca Parnasi, proprietário da empresa Eurnova (responsável pela realização do projeto de construção da nova arena da Roma, localizada no bairro Tor di Valle), e cinco colaboradores seus.   

Os que estão e prisão domiciliar são o presidente da companhia de energia Acea (da qual a Prefeitura detém 51% das ações), Luca Lanzalone; o vice-presidente do Conselho da região do Lazio, Adriano Palozzi, da legenda de centro-direita Força Itália; e o ex-conselheiro regional Michele Civita, do Partido Democrático (PD).   

São citados no processo como investigados o líder do Força Itália na Câmara Municipal de Roma, Davide Bordini; e o do Movimento 5 Estrelas (M5S) Paolo Ferrara. “Quem errou vai pagar, estamos do lado da legalidade. Se tudo estiver regular, espero que o projeto do estádio possa continuar”, disse a prefeita de Roma, Virginia Raggi, do M5S.   

Além da acusação de corrupção, os detidos teriam emitido faturas de transações inexistentes e solicitado financiamentos ilegais.   

De acordo com o procurador-adjunto de Roma, Paolo Lelo, a investigação leva a uma rede de corrupção transversal que atinge tanto a Prefeitura quanto a Região do Lazio, além de políticos do M5S, do PD e do Força Italia.   

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Segundo os investigadores, Lanzalone, da Acea, entre janeiro e fevereiro de 2017 se ocupou do dossiê sobre a construção do estádio, atuando também como conselheiro para o M5S. Ele conduziu uma mediação com a empresa Eurnova, de Luca Parnasi, que comprou os terrenos no Tor di Valle para construir o estádio. A Área pertencia à sociedade Sais, da família Papalia. Com a mediação de Lanzalone, o projeto original do estádio foi modificado, com a redução das coberturas do estádio, além do cancelamento de obras de serviço e de duas torres. O projeto de construção do novo estádio da Roma, que terá capacidade para mais de 52 mil pessoas, foi aprovado pela Câmara em junho de 2017.   

A Procuradoria informou que a A.S. Roma não tem relação com o caso. “A Roma não fez nada de mal, foram transparentes. Não vejo motivo para que o projeto do estádio seja anulado. Todos querem, e precisamos, seguir adiante. Resolveremos tudo”, disse o presidente do clube, James Pallotta. (ANSA)


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