ROMA, 20 NOV (ANSA) – A Justiça da Itália pediu a apreensão do navio Aquarius, atualmente bloqueado em Marselha, na França, sob a acusação de tratamento ilegal de resíduos potencialmente tóxicos nos portos italianos, informou nesta terça-feira (20) a ONG Médicos Sem Fronteiras.   

A investigação foi realizada pela polícia e Guarda de Finanças da Itália, coordenada pelo Ministério Público de Catânia, e acusa o navio humanitário, operado pelas ONGs SOS Méditerranée e Médicos Sem Fronteiras desde 2016 para resgatar migrantes no Mediterrâneo, de esconder 24 toneladas de resíduos tóxicos, fazendo-os passar por normais. As autoridades alegam que itens como roupa de imigrantes, restos de comida e resíduos sanitários foram despejados durante um período de dois anos e meio em 11 portos, dos quais cinco estão na Sicília. A investigação apura como o Aquarius e o Vos Prudence, outra embarcação usada pela MSF no ano passado, tratavam seus resíduos.   

A operação também solicitou o embargo das contas bancárias na Itália da MSF. “Fiz bem em bloquear os navios das ONGs. Parei não só o trânsito de imigrantes, mas do que emerge também o do lixo”, comemorou o ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini.   

O Ministério Público italiano investiga pelo menos 24 pessoas, estando a maioria ligadas à MSF. “Todas as nossas operações portuárias, incluindo a gestão de resíduos, sempre seguiram o procedimento padrão”, respondeu a organização MSF em um comunicado.   

“As autoridades competentes não contestaram esses procedimentos ou identificaram qualquer risco para a saúde pública desde que iniciamos nossas operações no mar”, finalizou. O Aquarius ficou conhecido por resgatar migrantes no Mediterrâneo e atuava sob bandeira do Panamá, que, pressionado pela Itália, decidiu revogar seu registro. (ANSA)

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