ROMA, 20 JUN (ANSA) – O presidente da Itália, Sergio Mattarella, afirmou neste domingo (20) que o país nunca se absteve de salvar deslocados internacionais no mar.   

A declaração foi dada por ocasião do Dia Mundial do Refugiado, celebrado sempre em 20 de junho, enquanto o debate sobre a crise migratória volta a ganhar força na Itália.   

“A proteção da vida humana, o resgate de refugiados, o apoio aos que sofrem com as crises humanitárias e o acolhimento dos mais vulneráveis são compromissos dos quais a República Italiana, em colaboração com a União Europeia e as organizações internacionais, nunca se absteve, mesmo em tempos de pandemia”, disse Mattarella.   

Enquanto políticos de extrema direita fazem pressão para o governo de Mario Draghi endurecer as políticas migratórias, o presidente lembrou que o direito internacional “prevê proteção para aqueles que são obrigados a abandonar a própria casa e o próprio país em função de conflitos, perseguições, condições climáticas, calamidades naturais e carestias”, acrescentou o chefe de Estado.   

Já o papa Francisco aproveitou o Angelus deste domingo para pedir que a humanidade “abra o coração aos refugiados”. “Façamos nossas as suas tristezas, suas alegrias, aprendamos com sua corajosa resiliência. Assim, todos juntos, faremos crescer uma comunidade mais humana, uma única grande família”, disse.   

Em pelo menos 10 cidades da Itália, incluindo Florença, Milão, Nápoles e Turim, monumentos serão iluminados nesta noite para lembrar o Dia Mundial do Refugiado, em solidariedade aos 82,4 milhões de deslocados no mundo, de acordo com o último relatório “Tendências Globais” das Nações Unidas.   

O número se baseia em dados de 2020 e representa um crescimento de 4% em relação ao ano anterior. Desse total, 26,4 milhões são refugiados; 48 milhões, deslocados internos; 4,1 milhões, solicitantes de refúgio; e 3,9 milhões, venezuelanos deslocados fora de seu país.   

A Itália abriga 128.033 refugiados e 53.901 solicitantes de refúgio, menos que países como Alemanha (1.210.636 e 243.156), França (436.100 e 118.137) e Espanha (103.679 e 103.385), segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).   

De acordo com o Ministério do Interior italiano, no entanto, o país já recebeu 18.358 deslocados internacionais via Mediterrâneo em 2021, crescimento de quase 220% em relação ao mesmo período do ano passado. (ANSA).