Itália não pode deixar América Latina para China, diz Tajani

ROMA, 1 DEZ (ANSA) – O vice-premiê e ministro italiano das Relações Exteriores, Antonio Tajani, afirmou que Itália e Espanha não devem “abandonar a América Latina à influência chinesa” e destacou a necessidade de ampliar o diálogo político e econômico com a região.   

A declaração foi feita ao público reunido no Fórum de Diálogo Itália-Espanha, realizado em Roma, nesta segunda-feira (1º).   

Segundo Tajani, os dois países europeus possuem “laços históricos, linguísticos, culturais e até mesmo religiosos” com a América Latina, assim como com a África.   

Ele defendeu que Roma e Madri atuem de forma mais assertiva dentro da União Europeia para ampliar a presença europeia no continente latino-americano.   

“Itália e Espanha devem, e precisam, desempenhar um papel ainda mais significativo lá. Mesmo dentro da UE, podemos pressionar nessa direção: muito mais pode ser feito na América do Sul”, afirmou.   

O ministro italiano também destacou que os dois países europeus “podem explorar esses mercados tanto comercial quanto politicamente” e devem se “engajar cada vez mais no diálogo e não deixar essa parte do mundo à mercê da presença chinesa”.   

Além disso, Tajani ressaltou a convergência entre Itália e Espanha no enfrentamento à imigração irregular no Mediterrâneo, afirmando que ambos os países, por estarem na linha de frente das rotas migratórias, precisam fortalecer a cooperação para combater a imigração ilegal e, ao mesmo tempo, estimular mecanismos de entrada regular.   

“Devemos trabalhar cada vez mais para combater a imigração irregular e promover a imigração legal”, disse.   

Por fim, Tajani lembrou ainda que o envelhecimento populacional europeu e a queda na taxa de natalidade tornam necessária a entrada de trabalhadores estrangeiros qualificados. “Nossas empresas precisam dessa mão de obra, que possa ser integrada ao nosso sistema”, completou. (ANSA).