A poluição sufoca Milão, a Sicília sofre com uma grave escassez de água e a produção de vinho está diminuindo no Piemonte: o déficit de chuvas na Itália agrava a contaminação ambiental e as secas em um contexto de aquecimento global.

A circulação dos carros mais poluentes foi proibida nesta terça-feira (20) em Milão e em outras oito cidades da Lombardia devido a um nível muito alto de contaminação nessa região industrial do norte do país.

A Lombardia, que abriga várias plantações agrícolas intensivas, também proibiu espalhar esterco no campo, prática que provoca forte contaminação por nitratos.

Há muitos anos, o norte da Itália figura entre as regiões mais contaminadas da Europa.

O problema da Lombardia é em parte geográfico, já que está localizada entre montanhas, o que dificulta a disseminação dos poluentes.

No entanto, ONGs ambientalistas consideram que essa desvantagem serve de desculpa para as autoridades a fim de justificar os altos níveis de contaminação atmosférica sem fazer nada a respeito.

Em toda a Itália, algumas regiões sofrem com a seca ou com um grande déficit de chuvas, especialmente nas cadeias montanhosas e, em particular, nos Alpes.

Este mês, a quantidade de água retida em forma de neve nos Alpes foi 64% menor do que no ano passado, segundo a Fundação de Pesquisa CIMA.

A falta de chuvas agrava uma situação já complicada devido às ondas de calor do ano passado, que reduziram o nível das reservas e aumentaram o consumo de água.

A Sicília declarou estado de catástrofe natural pela seca em pleno inverno no começo deste mês e, na Sardenha, os agricultores estão limitados na quantidade de água que podem utilizar.

O nível das reservas de água diminiu 23% em relação à média dos últimos 14 anos.

Entretanto, a região do Piemonte, no nordeste, pediu, na segunda-feira, ao ministério da Agricultura que declare estado de catástrofe natural pela seca que assola a região, afetando os vinhedos e provocando reduções “significativas” na produção de vinho.

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