ROMA, 16 DEZ (ANSA) – A Itália confirmou seu papel como uma grande potência hoteleira na Europa: com 32.943 estabelecimentos e cerca de 2,3 milhões de leitos, o país lidera a União Europeia em número de hotéis e quartos.
Com isso, o “Belpaese” representa 20,3% dos hotéis e 17,7% da disponibilidade total de leitos nos 27 países do bloco.
Os dados, divulgados nesta terça-feira (16), constam no Eurostat 2024, compilados pelo Centro Studi Turistici para a Assohotel Confesercenti, e reforçam a solidez do modelo italiano frente aos principais concorrentes.
A Alemanha aparece em segundo lugar, com 29.407 hotéis e mais de 1,9 milhão de leitos, seguida pela Espanha, com 19.985 estabelecimentos e mais de 2 milhões de leitos, e pela França, com 17.386 hotéis e cerca de 1,4 milhão de leitos.
O sistema é composto em grande parte por pequenas e médias empresas, mas também abriga hotéis de grande porte. Em média, cada propriedade conta com mais de 33 quartos e cerca de 70 leitos, números comparáveis aos dos principais destinos turísticos europeus.
Do lado da demanda, o desempenho também é expressivo. Em 2024, os hotéis italianos registraram aproximadamente 283,9 milhões de pernoites, o terceiro maior número da União Europeia, atrás apenas da Espanha (363,1 milhões) e da Alemanha (300 milhões).
O resultado consolida a Itália entre os destinos hoteleiros mais procurados do continente, com impacto relevante na competitividade do turismo nacional e na estabilidade econômica regional.
Outro indicador positivo é a taxa líquida de ocupação de leitos, que alcançou 52,4%, acima da média da UE, de 49,4%. O dado confirma a capacidade do setor italiano de atrair e reter demanda, apoiado na qualidade da hospitalidade e na forte integração com as ofertas locais.
“Esses números refutam a ideia de que a Itália é composta apenas por pequenos hotéis marginais”, afirmou Nicola Scolamacchia, presidente nacional da Assohotel Confesercenti.
“O nosso é um grande sistema hoteleiro europeu, amplamente distribuído, enraizado nas comunidades locais e capaz de competir com os principais países concorrentes. É um legado de ‘pequenas empresas, grandes hotéis’ que deve ser reconhecido e valorizado como um dos ativos estrangeiros do turismo italiano e da economia nacional”, acrescentou.
Segundo Scolamacchia, a liderança europeia também impõe responsabilidades. “Ser líderes na hotelaria europeia nos autoriza ? quase nos obrigando ? a estar na vanguarda das regulamentações do setor, oferecendo soluções baseadas em nossa longa tradição e comprovada capacidade de atrair e satisfazer uma clientela diversificada”, destaca.
O executivo ressalta, porém, que ainda há desafios a enfrentar e é preciso “aumentar o fluxo turístico para a Itália, para que nossa liderança em ocupação de leitos se traduza também em maior número de pernoites”.
Entre as prioridades, ele cita a agilização da emissão de vistos de turismo, a melhoria do acesso aéreo e rodoviário e o estímulo contínuo ao investimento privado. “Cada euro investido no setor hoteleiro se multiplica e gera uma indústria relacionada que permanece inteiramente dentro do nosso território”, concluiu.
(ANSA).