Itália libera 11 milhões de euros para Tunísia

ROMA, 17 AGO (ANSA) – A Itália anunciou nesta segunda-feira (17) o repasse de 11 milhões de euros para reforçar o controle das fronteiras marítimas da Tunísia, principal origem dos deslocados internacionais que chegaram ao país europeu via Mediterrâneo em 2020.   

A medida foi tomada após o governo da nação africana ter se mostrado disposto a colaborar para conter os fluxos migratórios na região. No fim de julho, o Ministério das Relações Exteriores italiano havia suspendido um repasse de 6,5 milhões de euros à Tunísia.   

A quantia de 11 milhões de euros será usada para manutenção de barcos de patrulha, treinamento das forças de segurança e instalação de radares. Um segundo repasse deve ser feito pela Comissão Europeia, mas o valor ainda não foi definido.   

“É indispensável reforçar a luta contra os traficantes de seres humanos. A Itália está pronta a prestar toda a assistência técnica que for necessária”, disse o ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, que viajou a Túnis acompanhado da ministra do Interior, Luciana Lamorgese, para se encontrar com autoridades tunisianas.   

“Quero ser muito claro: quem chega na Itália de maneira irregular não poderá usufruir de qualquer oportunidade de regularização”, reforçou Di Maio, propondo ainda um “pacto para a juventude tunisiana”.   

A Tunísia fica a apenas 100 quilômetros da ilha italiana de Lampedusa, o que facilita travessias de embarcações de migrantes e refugiados. Desde o início do ano, a Itália já recebeu pelo menos 16.031 deslocados internacionais via Mediterrâneo, sendo 7.067 apenas em julho, de acordo com o Ministério do Interior.   

O principal país de origem é a Tunísia, com 6.727, mudando a tendência vista no auge da crise migratória, entre 2015 e 2017, quando os deslocados que chegavam em solo italiano eram sobretudo da África Subsaariana. (ANSA).