VENEZA, 11 FEV (ANSA) – Os descendentes de um combatente italiano da Segunda Guerra (1939-1945) conseguiram receber uma indenização de 300 mil euros (R$ 1,7 milhão) do Ministério da Economia e Finanças da Itália (MEF) após o militar, natural de Treviso, no Vêneto, ter sido capturado em 1943 por forças alemãs, que o obrigaram ao trabalho forçado em diversos setores na Alemanha.
Conforme explicou o advogado dos familiares, Innocenzo D’Angelo, à ANSA, o ressarcimento pago pelo MEF só foi possível porque os italianos detidos naquele contexto não eram considerados prisioneiros de guerra, mas civis.
O processo aberto pela família do soldado se encerrou em 2019 com sentença do Tribunal Civil, que condenou a República Federal da Alemanha a indenizar a parte pelo dano causado em 139,3 mil euros (R$ 830,5 mil), soma que não foi quitada pelo governo italiano, que assumiu a responsabilidade por futuras ações do tipo a partir do Acordo de Bonn, assinado com Berlim em 1961, quando foi paga a Roma uma quantia de 80 milhões de marcos.
Em 2022, o governo do ex-primeiro-ministro Mario Draghi instituiu no MEF um fundo “para a reparação dos danos sofridos pelas vítimas de crimes de guerra e de crimes contra a humanidade” envolvendo italianos durante o período da Segunda Guerra.
Um ano depois, os familiares do militar de Treviso apresentaram o pedido de acesso ao fundo, que foi aceito pelas autoridades.
“Mas a soma não chegava. Então, em novembro de 2024, apresentamos um recurso por descumprimento do MEF ao Tribunal Administrativo Regional, que em poucos dias, nos deu o resultado esperado”, explicou D’Angelo. (ANSA).