GENOVA, 14 AGO (ANSA) – Uma cerimônia em Gênova, no noroeste da Itália, relembrou nesta sexta-feira (14) os dois anos do desabamento da Ponte Morandi, ocorrido em 14 de agosto de 2018 e que deixou 43 mortos.   

A solenidade foi realizada 11 dias após a inauguração da nova ponte, projetada pelo premiado arquiteto Renzo Piano e construída por um consórcio público-privado ao custo de 200 milhões de euros.   

“As 43 vítimas do desabamento da ponte nunca serão esquecidas”, disse o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, que participou da cerimônia. O evento ocorreu embaixo da nova ponte e contou com a exibição de um vídeo com os rostos, nomes e idades das pessoas mortas na tragédia.   

Às 11h36 (horário local), os participantes fizeram um minuto de silêncio, enquanto soavam os sinos das igrejas da cidade e as sirenes dos navios no porto.   

A porta-voz do comitê dos familiares das vítimas, Egle Possetti, aproveitou a ocasião para pedir justiça. “Nossos parentes são vítimas de um desastre que nunca devia ter acontecido”, declarou. Segundo ela, é “inaceitável” que processos durem “décadas”, enquanto as pessoas lesadas “esperam por uma justiça que talvez nunca chegue”.   

As investigações sobre as causas do desabamento ainda estão em curso, mas o Ministério Público de Gênova disse que o inquérito será concluído nos primeiros meses de 2021. 71 pessoas são investigadas, além da empresa Autostrade per l’Italia (Aspi), concessionária da ponte.   

A Aspi é controlada pela família Benetton, que recentemente fechou um acordo com o governo para o Estado substituí-la no capital da empresa. A Ponte Morandi havia sido inaugurada em 1967 e consistia em uma estrutura estaiada, mas com as vias suspensas por cabos de concreto, e não de aço, como é mais comum. (ANSA).