ROMA, 01 JUN (ANSA) – Em uma nota conjunta, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, o presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, afirmaram nesta quinta-feira (1º) que o Acordo de Paris “não é renegociável”.   

Os três principais líderes da União Europeia se posicionaram poucos minutos depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado que tirará seu país do pacto climático e que iniciará tratativas para renegociá-lo.   

“O Acordo de Paris permanece uma pedra angular da cooperação entre nossos países para enfrentar de maneira eficaz as mudanças climáticas e cumprir os objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Acreditamos firmemente que o Acordo de Paris não pode ser renegociado”, diz o comunicado.   

Individualmente, Merkel, Macron e Gentiloni também criticaram a postura de Trump. De acordo com o porta-voz da chanceler alemã, Steffen Seibert, a líder “lamenta” a decisão e garante que seguirá em busca de “proteger o planeta”.   

Em um breve discurso na televisão, o presidente da França declarou que os Estados Unidos “viraram as costas para o mundo” e ressaltou que não há um “plano B” para deter o aquecimento global. “Porque não existe um planeta B”, salientou.   

Já o primeiro-ministro da Itália escreveu no Twitter que não serão dados “passos para trás” em relação ao Acordo de Paris. “A Itália está empenhada em reduzir as emissões, com energias renováveis e desenvolvimento sustentável”, disse.   

Mais duro foi o premier da Bélgica, Charles Michel, que chamou a decisão do norte-americano de “ato brutal”. “Essa decisão prejudicará os Estados Unidos e o planeta”, reforçou o presidente do Parlamento Europeu, o italiano Antonio Tajani.   

Por sua vez, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou sentir uma “grande decepção”. “É fundamental que os EUA continuem na liderança das questões ambientais”, acrescentou.   

Em Paris, a prefeita Anne Hidalgo, incentivadora do acordo, disse que Washington cometeu um “erro fatal” e mandou iluminar a fachada da sede do governo municipal com a cor verde. (ANSA)