ROMA, 6 AGO (ANSA) – O Ministério da Educação da Itália e os sindicatos do setor de ensino firmaram nesta quinta-feira (06) o protocolo sanitário e de segurança contra a disseminação do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no retorno dos estudantes às escolas em 14 de setembro.   

Entre as medidas definidas estão alterações nas faixas de horário de entrada dos alunos para evitar grandes aglomerações, o fim das classes “superlotadas”, a higienização constante dos espaços, um serviço técnico de ajuda às instituições e testes gratuitos para detectar a Covid-19 nos professores. Neste momento, no entanto, a realização dos exames será voluntária.   

No documento, a pasta se compromete “a ativar a colaboração institucional com o Ministério da Saúde, com o comissário extraordinário [para gestão da pandemia] e com a Autoridade Garantidora para a proteção dos dados pessoais a fim que seja dada a oportunidade de desenvolver testes diagnósticos para todos os funcionários do sistema escolar estatal e paritário, incluindo os funcionários suplentes, em concomitância com o início das atividades didáticas e durante o ano, além de efetuar testes de amostra para a população estudantil com periodicidade”.   

O texto ainda confirma um rascunho obtido pela ANSA em 27 de julho, que citava que esses exames seriam realizados fora das unidades de ensino.   

O protocolo ainda prevê que, para reduzir o acesso de “visitantes” nas estruturas, o estudante poderá ser acompanhado “apenas por um só genitor ou pessoa maior de idade delegada pelos genitores ou que exerce a responsabilidade de genitor” dentro das escolas. Essa pessoa será obrigada a usar máscara durante todo o período que estiver na instituição.   

Outro ponto importante implantado será um acompanhamento psicológico para “enfrentar situações de insegurança, estresse, temor de contágio, dificuldades de concentração e situações de isolamento vivenciadas” dos alunos e professores. A parceria foi firmada entre o Ministério e o Conselho Nacional de Ordem de Psicologia.   

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“Esse é um acordo importante que contém medidas adotadas para garantir a proteção da saúde dos estudantes e dos funcionários, mas também tem o compromisso de olhar para o futuro e para as melhorias das escolas – como no caso do combate as chamadas classes ‘galinheiros’, uma batalha que luto há anos e que representa para mim uma prioridade”, disse a ministra Lucia Azzolina após a assinatura.   

Azzolina ainda se comprometeu a buscar recursos para enfrentar essa superlotação das salas de aula o que, além de demandar replanejamento das instituições, pede verbas para ampliação de escolas.   

Maddalena Gissi, secretária de uma das entidades sindicais da negociação, a CISL Escola, se disse “satisfeita” com o acordo em entrevista ao jornal “La Repubblica”.   

“Esse é o primeiro modelo participativo assumido pelo Ministério da Educação e terá reverberação em uma ampla plateia de trabalhadores e usuários. Ficamos atentos para ver se o ministério inteiro vai manter o que assinamos. As dificuldades para a retomada em setembro continuam abertas”, ressaltou.   

Diferentemente de outros países europeus, a Itália optou por encerrar o ano letivo 2019/2020 à distância, em medida que gerou críticas de partidos de oposição e de parte dos sindicatos.   

(ANSA).   


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