ROMA, 30 SET (ANSA) – O governo da Itália fez nesta terça-feira (30) um “último apelo” para demover a Flotilha Global Sumud (GSF) de tentar furar o bloqueio israelense à Faixa de Gaza, enquanto a frota de barcos humanitários se aproxima do enclave palestino.
A missão com cerca de 50 embarcações se encontra a cerca de 200 milhas náuticas (370 quilômetros) do litoral de Gaza e está perto de entrar na área marítima onde estará sujeita a interceptações de Israel, que, nos últimos meses, prendeu ativistas em barcos humanitários em águas internacionais e depois os deportou Segundo o ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, o objetivo da flotilha era “chamar atenção para as dificuldades” de entregar ajudas para a população civil palestina, objetivo que foi “alcançado” com o plano de paz proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A iniciativa prevê a restituição imediata dos reféns israelenses, a desmilitarização do Hamas e a entrada irrestrita de ajuda humanitária, porém ainda não foi aceita pelo grupo islâmico, que exige a retirada total das tropas israelenses.
“Sinto-me no dever de fazer um último apelo para que eles [os membros da GSF] entendam o que está acontecendo e utilizem uma das soluções alternativas apresentadas por várias partes, começando pela Igreja Católica, para entregar as ajudas”, salientou Crosetto.
Para o ministro, os riscos de um eventual “contato” com o bloqueio naval israelense “não justificam mais os fins” da missão, que rejeitou uma oferta para deixar a ajuda no Chipre, sob os cuidados do Patriarcado Latino de Jerusalém, e promete seguir até o fim.
“Não vamos parar. A proposta de paz é só uma encenação, uma proposta de rendição total e uma venda do território palestino para Israel e EUA”, declarou Tony La Piccirella, um dos cerca de 40 italianos a bordo da GSF.
Nos últimos dias, diversos políticos da Itália fizeram apelos para a flotilha desistir de tentar chegar à Faixa de Gaza, incluindo o presidente Sergio Mattarella, que alertou para os riscos à incolumidade dos ativistas.
A frota é acompanhada de perto pelo navio Alpino, da Marinha Militar italiana, porém a embarcação não ultrapassará o limite de 150 milhas náuticas (278 quilômetros) da costa de Gaza.
(ANSA).