Itália envia novo grupo de migrantes forçados à Albânia

SHENGJIN, 28 JAN (ANSA) – Um navio da Marinha Militar da Itália com 49 migrantes forçados atracou nesta terça-feira (28) em Shengjin, na Albânia, como parte do programa criado pela premiê Giorgia Meloni para transferir deslocados internacionais ao país balcânico e desestimular viagens clandestinas no Mediterrâneo.   

O grupo havia sido resgatado em uma operação de socorro na costa da ilha italiana de Lampedusa no último fim de semana, e a maioria deles é proveniente de Bangladesh, mas também há cidadãos de Egito, Costa do Marfim e Gâmbia.   

Os migrantes passarão por avaliação sanitária e identificação, antes de ir ao campo de Gjader, no interior da Albânia, onde aguardarão a análise de seus pedidos de refúgio pela Itália. Os que tiverem a solicitação negada serão transferidos para um centro de detenção e repatriação.   

Segundo fontes que acompanharam o desembarque, um dos deslocados pode ter de ser levado à Itália por não reunir as condições para ser mantido na Albânia.   

O governo Meloni financiou a construção de centros de acolhimento e detenção de migrantes na Albânia para abrigar pessoas resgatadas no Mar Mediterrâneo Central, em vez de levá-los à Itália, durante a análise dos pedidos de refúgio e processos de repatriação.   

Os locais podem receber apenas deslocados do sexo masculino, que não estejam em situação de vulnerabilidade e originários de países seguros.   

No entanto as duas primeiras levas – em outubro e novembro de 2024 – tiveram a permanência na Albânia desautorizada pelo Tribunal de Roma, com o argumento de que os países de origem dos indivíduos – Bangladesh e Egito – não poderiam ser considerados seguros para repatriação, decisões que enfureceram o governo.   

Bangladesh tem relatos de perseguições contra minorias religiosas e étnicas, enquanto o Egito é governado pelo presidente autocrático Abdel Fattah al-Sisi, cujo regime é acusado, entre outras coisas, de torturar e assassinar o pesquisador italiano Giulio Regeni em 2016.   

Após as decisões do Tribunal de Roma, o governo italiano recorreu à Suprema Corte, que determinou que cabe ao Executivo definir quais países são seguros ou não. (ANSA).