ROMA, 27 AGO (ANSA) – O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, se reuniu nesta sexta-feira (27) com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, para discutir as relações bilaterais, a crise no Afeganistão e na Líbia e as questões envolvendo o G20. Além do premiê, o representante russo também encontrou seu homólogo italiano, Luigi Di Maio.   

Segundo Draghi, os dois debateram os objetivos prioritários no Afeganistão: a estabilização e a segurança no país bem como enfrentar a emergência humanitária que está ocorrendo agora e vigiar o respeito aos direitos humanos, especialmente, das mulheres.   

Já Di Maio ressaltou que é “essencial uma estreita colaboração internacional” sobre a crise afegã e “nesse contexto, o diálogo com a Rússia é imprescindível”.   

Lembrando da presidência italiana no G20, o chanceler ressaltou que está sendo planejado um “encontro ad hoc” para aprofundar os debates sobre o país. Lavrov afirmou que a Itália pode “contar com a colaboração” da Rússia sobre isso.   

“Eu disse também para o ministro Lavrov que nós não queremos que quem pague pela crise afegã sejam os países de fronteira. Nós discutimos isso também nos últimos dias com nosso Conselho de Ministros. O objetivo será ajudar aqueles países a enfrentarem o êxodo de afegãos, que ocorria também durante os anos da aliança da Otan no Afeganistão e que está aumentando nessas horas. As imagens da fronteira com o Paquistão nos causam muita preocupação”, ressaltou o Di Maio.   

Por sua vez, Lavrov também afirmou que tem preocupações sobre a segurança das fronteiras.   

“Nós permanecemos em contato com todas as partes nestes anos, também com os talibãs. Mas, quando não se atingem os resultados na mesa de negociações, os conflitos recomeçam. Queremos entender qual papel podemos jogar como Rússia na visão de nossos parceiros, o que se pode atingir como G20 na situação, e nos prometerem um documento sobre o assunto”, pontuou o russo.   

Navalny e Líbia – Nos demais assuntos bilaterais, Di Maio afirmou que lembrou a Lavrov “sobre a preocupação italiana” sobre a prisão do opositor Alexei Navalny, que os países-membros da União Europeia consideram uma detenção política.   

Segundo o chanceler italiano, “é preciso dar as legítimas garantias” sobre o caso e respeitar “os direitos humanos fundamentais”.   

Questionado na coletiva de imprensa sobre as sanções impostas pela Itália por conta do caso, Lavrov se esquivou da pergunta.   

“Nós não falamos de sanções e não há nada estranho porque nós dissemos, mais de uma vez, que não pretendemos falar sobre isso com países que as aplicam. Vim à Itália porque fui convidado e nós admiramos sempre um diálogo reciprocamente respeitoso”, acrescentou.   

Os dois também debateram a crise ucraniana com a Rússia, que se arrasta há sete anos, mas não foram dados detalhes. Sobre a Líbia, os dois concordaram que as rodadas de conversas políticas em Genebra devem continuar para garantir um mínimo de estabilidade no país, que terá eleições no fim deste ano.   

(ANSA).