BRUXELAS, 5 DEZ (ANSA) – A premiê da Itália, Giorgia Meloni, e os líderes de outros cinco países da União Europeia enviaram uma carta ao poder Executivo do bloco pedindo que os biocombustíveis sejam reconhecidos como fontes de emissão zero.
O documento se soma à pressão para que a UE flexibilize a meta de banir novos carros movidos a combustão a partir de 2035, pedindo que veículos híbridos ou a biocombustíveis, como o etanol, possam continuar sendo vendidos no bloco após esse prazo.
“A UE deve abandonar, de uma vez por todas, o dogmatismo ideológico que colocou de joelhos setores produtivos inteiros, sem, no entanto, trazer benefícios tangíveis em termos de emissões”, diz a carta assinada por Meloni e pelos premiês da Bulgária, Rosen Zhelyazkov, da Eslováquia, Robert Fico, da Hungria, Viktor Orbán, da Polônia, Donald Tusk, e da República Tcheca, Petr Fiala.
“É fundamental aplicar plenamente a neutralidade tecnológica”, afirmam os líderes, em referência ao princípio que rechaça o favorecimento de determinada tecnologia em detrimento de outra nas políticas públicas em prol da redução das emissões de carbono, deixando que o mercado e a sociedade escolham as alternativas mais eficientes.
A Comissão Europeia, poder Executivo da UE, prepara uma revisão na meta de proibir novos carros a combustão a partir de 2035 e deve apresentar uma nova proposta em 10 de dezembro, mas não está descartada a hipótese de um adiamento, dadas as dificuldades para se chegar a um consenso.
“Em particular, a proposta deve reconhecer o papel dos combustíveis de emissão zero, de baixo carbono e renováveis ;;na descarbonização dos transportes, incluindo o transporte rodoviário, classificando também os biocombustíveis como ‘de emissão zero'”, ressaltam os seis líderes.
A carta foi endereçada aos presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, do Conselho Europeu, António Costa, e do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, além da Presidência pro tempore da UE, ocupada pela Dinamarca.
“Vivemos um momento decisivo tanto para a indústria automotiva e de autopeças da UE quanto para a ação climática europeia. Podemos e devemos perseguir nosso objetivo climático de forma eficaz, sem comprometer nossa competitividade, porque não há nada de verde em um deserto industrial”, concluem os premiês. (ANSA).