ROMA, 9 AGO (ANSA) – Os ministros das Relações Exteriores da Itália, Alemanha, Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido rejeitaram “veementemente” neste sábado (9), em uma declaração conjunta, a decisão do gabinete de segurança de Israel de lançar uma nova operação militar de larga escala na Faixa de Gaza para ocupar totalmente o enclave palestino e deslocar seus habitantes.
De acordo com o texto, divulgado pela Farnesina, os chefes da diplomacia dos países signatários “reiteram a necessidade de um cessar-fogo imediato e permanente, que também permita o fornecimento de assistência humanitária adequada”.
A declaração também reafirma uma visão compartilhada “em favor da implementação de uma solução negociada de dois Estados, como a única maneira de garantir que israelenses e palestinos possam viver lado a lado em paz, segurança e dignidade”.
Segundo os países, a operação “agravará a situação humanitária catastrófica, colocará em risco a vida dos reféns e aumentará o risco de deslocamento em massa de civis”.
O secretário de Relações Exteriores britânico, David Lammy, e seus homólogos na Alemanha, Austrália, Itália e Nova Zelândia também alertaram que os planos anunciados pelo governo israelense de Benjamin Netanyahu poderiam violar o direito internacional humanitário.
“Qualquer tentativa de anexação ou expansão de assentamentos viola o direito internacional”, declarou o grupo, enfatizando que “o pior cenário possível de fome está se desenrolando em Gaza”.
Os diplomatas também pediram para Israel modificar seu sistema de registro de organizações humanitárias internacionais para que elas possam retomar seu trabalho e alcançar a população civil necessitada na Faixa de Gaza.
Os cinco signatários ainda declararam que o movimento fundamentalista islâmico Hamas deve libertar todos os reféns israelenses “sem mais demoras ou condições prévias” e “garantir que recebam tratamento humano e não sejam submetidos a crueldade ou humilhação”.
Paralelamente, a reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre o plano de Israel para controlar Gaza foi adiada para domingo, às 10h (horário local), segundo as Nações Unidas.
A reunião estava marcada para esta tarde e não está claro o motivo da mudança.
Hoje, pelo menos 14 palestinos, incluindo oito enquanto aguardavam ajuda humanitária, foram mortos em ataques israelenses na Faixa de Gaza desde o início do dia, relatou a Al Jazeera. (ANSA).