ROMA, 1 OUT (ANSA) – Os governos da Itália e da Grécia divulgaram nesta quarta-feira (1º) uma nota conjunta em que fazem um apelo para as autoridades de Israel garantirem a segurança dos ativistas a bordo da Flotilha Global Sumud (GSF), que está a menos de 130 milhas náuticas (240 quilômetros) da Faixa de Gaza.
A frota de cerca de 50 embarcações leva centenas de pessoas de mais de 40 países, incluindo a ambientalista sueca Greta Thunberg, o brasileiro Thiago Ávila e ativistas e políticos italianos.
“Itália e Grécia acompanham atentamente os acontecimentos da Flotilha Global Sumud e apelam para que as autoridades israelenses garantam a segurança e a incolumidade dos participantes e permitam todas as ações de tutela consular”, diz o comunicado, que é assinado pelos ministros das Relações Exteriores Antonio Tajani e Giorgos Gerapetritis.
Na carta, os chanceleres também pedem que a GSF aceite a oferta do Patriarcado Latino de Jerusalém, representação da Igreja Católica na chamada “Terra Santa”, para entregar a ajuda humanitária a bordo da flotilha no Chipre, de onde os itens de primeira necessidade seriam levados em segurança à população civil de Gaza.
“Graças à iniciativa diplomática do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pela primeira vez há uma possibilidade concreta de pôr fim a este conflito brutal e ao sofrimento da população palestina, inclusive por meio do pleno acesso humanitário. Neste momento delicado, devemos nos abster de iniciativas que possam ser exploradas por aqueles que ainda rejeitam a paz”, acrescentaram os ministros.
A flotilha era acompanhada de perto por um navio da Marinha Militar da Itália, que, no entanto, abandonou o comboio a cerca de 150 milhas náuticas de Gaza. “Entramos na zona de alto risco, e estamos em estado de alerta máximo. Diversos cenários podem acontecer nas próximas horas”, disse a GSF nas redes sociais.
A frota está sujeita a uma iminente interceptação por parte das forças de Israel, que, nos últimos meses, prendeu ativistas de barcos humanitários em águas internacionais e depois os deportou.
“A população de Gaza está exausta e precisamos urgentemente chegar para levar esperança. Estamos levando uma carga humanitária de ajudas, incluindo geleias, biscoitos, mel e todos os alimentos energéticos considerados ilegais para crianças pelo governo israelense. Milhares de crianças estão morrendo de fome diante de nossos olhos, e não podemos mais virar as costas”, disse Marco Croatti, senador do partido italiano Movimento 5 Estrelas (M5S) que integra a missão. (ANSA).