LUXEMBURGO, 22 ABR (ANSA) – Itália e Finlândia apresentaram nesta segunda-feira (22) ao Conselho dos Negócios Estrangeiros (CNE) da União Europeia um novo documento de entendimento sobre migração.   

O anúncio foi feito pelo vice-premiê e chanceler italiano, Antonio Tajani: “Junto com a Finlândia, hoje apresentamos um documento sobre migração, para combater os traficantes de seres humanos e rejeitar iniciativas que instrumentalizam a migração”.   

“Penso na Rússia para a Finlândia, mas também no que o [grupo paramilitar] Wagner faz na África para criar problemas aos países europeus. Portanto, uma colaboração também com um país do norte, não apenas aqueles do sul”, disse Tajani, em Luxemburgo.   

“Nós somos favoráveis a permanecer com uma presença consistente em toda a África subsaariana, é uma região que não pode ser entregue a influências chinesas, russas ou iranianas, estamos presentes com nossos militares, e para eles não há nenhum risco”, acrescentou.   

“Nós fortalecemos nossa presença abrindo uma embaixada na Mauritânia, onde irei visitar até o final do ano. Através do Níger passam os traficantes de seres humanos, que são os mesmos que traficam drogas e armas. Nós queremos parar os traficantes de seres humanos e impedir que outros interessados empurrem os migrantes para a Europa.” O documento diz que “o uso da migração como instrumento híbrido de influência visa a erosão das capacidades nacionais, da segurança, da confiança e à alteração do processo decisório dos governos-alvo, da União Europeia e da Otan como um todo”.   

“No âmbito de uma abordagem europeia comum, a Itália e a Finlândia desejam promover uma ação da UE para combater o tráfico de migrantes e a instrumentalização da migração”.   

O documento prossegue: “A UE e a Otan deveriam desenvolver ainda mais seus meios de resposta às ameaças híbridas, levando em consideração o panorama das ameaças em rápida evolução”.   

“Sobre a migração, é essencial concluir parcerias estratégicas entre a UE e países terceiros: o memorando com a Tunísia fornece um bom modelo e enfatizamos a importância de garantir sua plena implementação.” Itália e Finlândia também reafirmaram “a necessidade de reforçar ainda mais as atividades da Frontex (Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira) e da Europol (Agência da União Europeia para a Cooperação Policial) na luta contra a migração irregular e o tráfico de migrantes, implementando eficazmente em países terceiros de acordo com o conceito de toda a cadeia”. (ANSA).