Itália e Alemanha pedem à UE mudança de rota no setor automotivo

ROMA, 6 OUT (ANSA) – Os governos da Alemanha e da Itália enviaram ao poder Executivo da União Europeia uma carta em que pedem uma “mudança de rumo” nas políticas do bloco para o setor automotivo, em meio à crescente pressão para Bruxelas abdicar do plano de proibir novos veículos movidos a combustíveis fósseis a partir de 2035.   

“Estamos em um ponto de virada: hoje começa uma nova fase para a indústria europeia. Itália e Alemanha se apresentam unidas para pedir à Comissão Europeia uma mudança de rota no setor automotivo, imediatamente”, disse o ministro das Empresas e do Made in Italy, Adolfo Urso, que assina o documento conjunto com a ministra alemã da Economia, Katherina Reiche.   

“Com uma posição comum e clara, indicamos juntos o caminho para uma transição verde que seja verdadeiramente sustentável do ponto de vista ambiental, social e econômico, superando as amarras ideológicas do Green Deal”, salientou Urso.   

De acordo com o ministro, a carta dá sequência a uma “intensa discussão bilateral iniciada em junho”. “Agora é o momento das decisões: enquanto Bruxelas discute, a concorrência global corre. Não podemos nos permitir ficar parados. A Europa deve agir, e agir rápido”, concluiu.   

No fim de setembro, o próprio Urso já havia alertado que a indústria automotiva da UE está “colapsando” devido às metas do bloco para reduzir a pegada de carbono do setor, um dos mais poluentes do mundo.   

A pressão de duas das três maiores economias do bloco chega na esteira das notícias de cortes de vagas e na produção em montadoras de toda a União Europeia, que prevê banir os novos carros a gasolina ou diesel a partir de 2035 e reduzir as emissões em 55% até 2030, na comparação com 2021.   

O setor, no entanto, defende um processo mais gradual de descarbonização e pede incentivos para a compra de carros elétricos por parte dos consumidores. (ANSA).