ROMA E NOVA YORK, 4 JUN (ANSA) – A Itália doará quase 80 milhões de euros para ajudar no desenvolvimento de uma futura vacina contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2), anunciou o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, nesta quinta-feira (4).   

Durante reunião virtual internacional de arrecadação de fundos para a Aliança para a Vacina (GAVI), Conte também explicou que seu governo doará 120 milhões adicionais para apoiar o compromisso com o medicamento no período de cinco anos (2021-2025) e outros 150 milhões até 2030 para o Financeiro Internacional para Imunização. “O coronavírus nos lembrou dramaticamente a importância da imunização para prevenir pandemias. Também demonstrou que os investimentos em vacinas para a saúde global são essenciais não apenas para salvar vidas e proteger mais vulneráveis, mas também para preservar a segurança, estabilidade e prosperidade globais”, recordou. De acordo com o premier italiano, “nos últimos 20 anos, a GAVI foi a base da imunização global e contribuiu para a construção de sistemas nacionais de saúde mais resilientes”.   

“Graças ao seu modelo de cooperação público-privada, a GAVI é uma das nossas parcerias globais mais eficazes para o desenvolvimento”, acrescentou Conte, ressaltando que a cúpula tem sido “essencial para alcançar a cobertura universal de saúde, o desenvolvimento sustentável e o bem-estar de todos”. Com cerca de mais de 50 nações e ao menos 35 chefes de Estado e Governo, o encontro, que foi organizado pelo Reino Unido, tinha como objetivo arrecadar US$2 bilhões para a compra, produção e distribuição da possível vacina contra a Covid-19.   

A meta, no entanto, foi alcançada e superada. Ao todo, foram arrecadados US$8 bilhões contra os US$7,4 bi previstos para a vacinação no mundo. O anfitrião, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, explicou que 2 bilhões serão destinados à pesquisa e produção de vacinas. No início da reunião, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, por sua vez, fez um apelo para que o futuro medicamento seja considerado “um bem público mundial”. “O coronavírus é a maior crise de saúde pública de nossa geração. No momento não há vacina e, enquanto trabalhamos juntos para desenvolver uma, há uma lição importante que devemos entender. A vacina por si só não é suficiente, precisamos de solidariedade global para garantir que todas as pessoas, em todos os lugares, tenham acesso a ela”, afirmou. O português ainda ressaltou que “a vacina contra a Covid-19 deve ser vista como um bem público global, uma vacina do povo, pessoas de todas as idades e níveis de renda em todos os países”. Segundo ele, essa ideia é apoiada por diversos líderes mundiais, principalmente pelos países parceiros da aliança. (ANSA)