ROMA, 14 JAN (ANSA) – As autoridades sanitárias da Itália rechaçaram a ideia de adiar a aplicação da segunda dose da vacina contra o novo coronavírus, ao contrário do que tem sido feito no Reino Unido.   

O governo britânico ampliou o tempo entre a primeira e a segunda dose do imunizante da Biontech/Pfizer de 21 dias para 12 semanas, em uma estratégia que provoca controvérsia na comunidade científica.   

A ideia do Reino Unido é permitir que o maior número possível de pessoas tome a primeira dose mais rapidamente, apostando que ela já garante alguma proteção contra a Covid-19.   

No entanto, segundo o comitê de vigilância da vacinação criado pela Agência Italiana de Medicamentos (Aifa), é necessário “respeitar as indicações de administração de duas doses” relativas às vacinas aprovadas.   

“Não sabemos quanto tempo dura a imunidade após a primeira dose”, alertou a entidade em seu website. A Itália usa os dois imunizantes autorizados pela União Europeia, da Biontech/Pfizer e da Moderna, e já administrou a primeira dose em 885.814 pessoas, o equivalente a 1,47% da população.   

O Reino Unido, que começou sua campanha cerca de 20 dias antes, já aplicou a primeira dose em 4,52% de seus habitantes. A Pfizer e a Moderna dizem que a segunda dose deve ser administrada o mais perto possível do intervalo entre 21 e 28 dias após a primeira.   

O presidente do Conselho Superior da Saúde da Itália, Franco Locatelli, afirmou que alongar o prazo entre a primeira e a segunda dose seria entrar em um “plano desconhecido”. “Faltariam certezas”, acrescentou. (ANSA).