Itália defende necessidade de proteger liberdade das mulheres

ROMA, 25 NOV (ANSA) – O presidente da Itália, Sergio Mattarella, defendeu nesta terça-feira (25) a necessidade de proteger diariamente a liberdade das mulheres, enquanto a primeira-ministra Giorgia Meloni condenou com firmeza a violência de gênero, destacando a urgência de ações concretas contra o problema.   

As declarações foram feitas em mensagens divulgadas por ocasião do “Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres”, celebrado anualmente em 25 de novembro para denunciar as agressões sofridas por mulheres em todo o mundo e exigir políticas voltadas à sua erradicação.   

Segundo Mattarella, apesar dos avanços, “o princípio da igualdade ainda demora a se afirmar em muitas esferas da vida social e privada, em lares, locais de trabalho e espaços urbanos”, o que limita a autonomia feminina, compromete sua segurança e “empobrece o progresso da sociedade”.   

O presidente italiano também ressaltou a gravidade dos ataques em contextos de conflito armado, onde “a violência contra as mulheres é usada como instrumento de intimidação e opressão”, e alertou para a crescente disseminação de abusos facilitados pela esfera digital.   

“Humilhação, chantagem e coerção ampliadas pelas redes sociais têm efeitos que são tudo menos virtuais”, afirmou ele, lembrando que, nos casos mais extremos, esses comportamentos podem levar a agressões físicas e feminicídio. “Abusos que deixam profundas cicatrizes no corpo e na mente”.   

Mattarella enfatizou ainda o papel da linguagem na perpetuação de estereótipos e relações de dominação: “Igualdade significa, antes de tudo, educação na linguagem do respeito”.   

Além disso, o mandatário italiano citou o 65º aniversário do assassinato das irmãs Mirabal ? torturadas e mortas em 25 de novembro de 1960 pela ditadura de Rafael Trujillo, na República Dominicana -, destacando que a coragem delas “continua a inspirar gerações inteiras”.   

Já Meloni declarou que “a violência contra as mulheres é um ato contra a liberdade de todos” e classificou o fenômeno como “intolerável”, reafirmando o compromisso do governo em combatê-lo “incansavelmente”.   

A premiê italiana listou algumas das medidas adotadas nos últimos anos, como o endurecimento das penas, o reforço do “código vermelho” e de instrumentos de prevenção, além do aumento dos recursos para estruturas de acolhimento.   

“Dobramos o financiamento para centros e abrigos de combate à violência, aprimoramos e estruturamos a ‘renda de liberdade’ (para vítimas), divulgamos o número 1522 (linha de ajuda) e promovemos atividades inovadoras de educação e conscientização”, afirmou.   

No entanto, Meloni ressaltou que, apesar desses “passos concretos”, o trabalho deve continuar. “Não vamos parar por aqui. Devemos continuar fazendo muito mais, todos os dias. Para proteger, para prevenir, para apoiar”.   

Por fim, ressaltou que o objetivo é “construir uma Itália onde nenhuma mulher se sinta sozinha, ameaçada ou desacreditada”, principalmente porque “a liberdade e a dignidade da mulher são um dever do Estado e uma responsabilidade de todos”. (ANSA).