ROMA, 12 JUN (ANSA) – A cúpula do governo da Itália se reuniu nesta quarta-feira (12) para dar continuidade na discussão sobre soluções para a redução da dívida pública, já que o país está sendo pressionado pela União Europeia (UE). O encontro contou com a presença do primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, o ministro do Interior, Matteo Salvini, o ministro de Desenvolvimento Econômico, Luigi Di Maio, além do ministro da Economia, Giovanni Tria. Os quatro discutiram as finanças públicas e medidas para evitar um processo por infração, mas as duas horas de reunião não foram suficientes para a definição de uma estratégia eficiente sobre a dívida pública da Itália. O líder do partido ultranacionalista e o ministro da Economia deixaram a mesa mais cedo por conta de outros compromissos. No entanto, a cúpula não foi considerada totalmente decisiva e novas discussões foram organizadas. “Tivemos uma reunião econômica muito interessante e muito útil.   

Iniciamos um curso sobre vários itens: exportações, investimentos, construção, o que é importante porque o setor se reinicia, o país recomeça”, explicou Salvini. Bruxelas ameaça abrir um procedimento de infração contra a Itália pela dívida excessiva, alegando que o país não respeitou as normas fiscais do bloco para os anos de 2018, 2019 e 2020.   

Caso aprovada pelos ministros europeus de Finanças, a infração pode resultar em multas bilionárias à Itália.   

“Temos de chegar a um compromisso, a um diálogo construtivo para uma solução, é do interesse da Itália, mas também da Europa, porque o que magoa a Itália também prejudica a Europa, o que prejudica a Itália atinge a Europa”, disse Tria durante fórum organizado pelo “Il Messaggero” logo após a cúpula. Segundo ele, “as negociações com a Comissão Europeia são armadilhas para o país e para a própria Comissão da UE”, “Nossa dívida é enorme, precisamos quebrá-la para acalmar os mercados”, acrescentou o ministro da Economia.   

Tria reiterou sua crença nas estimativas do governo, que teve uma projeção de déficit fiscal de 2,04% do PIB aceita pela UE. No entanto, as próprias previsões do país apontam que essa meta não será cumprida. De acordo com a última projeção oficial, o déficit deve fechar o ano em 2,4% do PIB, índice que era considerado inadmissível por Bruxelas. O ministro das Relações Exteriores da Itália, Enzo Moavero Milanesi, por sua vez, afirmou acreditar que “todas as possíveis negociações com os outros países da União Europeia no Conselho e com a própria Comissão devem ser realizadas para demonstrar que não é necessário levar a Itália a um procedimento de violação”.   

(ANSA)