Itália convida União Africana para cúpula do G20 em Roma

ROMA, 9 OUT (ANSA) – O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, anunciou nesta sexta-feira (8) que a União Africana participará da cúpula do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, no próximo dia 31 de outubro, em Roma.   

“Nosso compromisso com a África continua rumo à cúpula do G20 em 31 de outubro, para a qual o presidente da Comissão da União Africana é convidado pela primeira vez por iniciativa italiana”, disse o chanceler italiano na terceira edição da conferência ministerial realizada na “cidade eterna” sob o título “Encontros com a África 2021”.   

Em seu discurso, Di Maio explicou que a “África sempre foi uma prioridade da política externa italiana”, principalmente porque a “Itália vê, de fato, a Europa, o Mediterrâneo e a África como um único “macrocontinente vertical”.   

“Os fatores interdependentes que cruzam este eixo geopolítico nos unem em um destino comum e nos chamam a construir juntos um futuro compartilhado”, enfatizou.   

Precedida por uma série de reuniões bilaterais, a cúpula foi organizada sob a presidência rotativa italiana para reafirmar a importância da parceria estratégica e a centralidade do continente africano.   

Segundo Di Maio, “a Itália está ao lado da África para promover a paz e a estabilidade, com presença nos tempos de crise com contingentes nacionais ou parte das missão das Nações Unidas, bem como nas operações civis e militares e missões da União Europeia”.   

Para o ministro italiano, a África, com mais de 40% da população com menos de 30 anos, é “o continente do futuro” e das “oportunidades, em virtude de um potencial que ainda não se manifestou plenamente no plano político, econômico, a nível cultural e humano”.   

A Itália considera o continente um “sujeito político indispensável do cenário internacional e da dinâmica global”, sendo um “ator geopolítico chave para enfrentar eficazmente todos os desafios transnacionais”.   

Durante o evento, outras questões foram destacadas, como a crise migratória e a vacinação contra o novo coronavírus Sars-CoV-2.   

“Nos últimos anos, a Itália tem reforçado a cooperação migratória com os países africanos e tem-se distinguido, também na Europa, pelos esforços constantes no sentido de garantir uma gestão melhor e mais equilibrada do fluxo”, lembrou Di Maio.   

O presidente italiano, Sergio Mattarella, por sua vez, recordou que a África tinha apenas 2% das vacinas e, portanto, “existe um problema de distribuição justa que deve ser resolvido imediatamente estimulando a indústria farmacêutica africana”.   

Neste sentido, o chefe de Estado citou “a iniciativa europeia, totalmente apoiada pela Itália, de investir bilhões de euros para incentivar a produção de vacinas no continente africano porque ninguém vai sair [da pandemia] se todos não saírem”.   

(ANSA)