MILÃO, 14 FEV (ANSA) – O Tribunal de Milão condenou nesta terça-feira (14) o lutador marroquino de kickboxing Abderrahim Moutaharrik a seis anos de prisão por terrorismo internacional.
O réu é acusado de ligações com o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) e foi flagrado em um grampo telefônico prometendo atacar o Vaticano. “Para esses inimigos, juro que, se conseguir colocar minha família a salvo, serei o primeiro a atacá-los nesta Itália das Cruzadas, juro que ataco o Vaticano, pela vontade de Deus”, disse Moutaharrik.
O marroquino foi preso em uma operação antiterrorismo em abril de 2016, assim como sua esposa, Salma Bencharki, sentenciada a cinco anos de reclusão. Além disso, o Tribunal de Milão suspendeu a autoridade parental do casal sobre seus dois filhos.
Também foram condenados os marroquinos Abderrahmane Khacia (seis anos), irmão de um jovem morto em combate na Síria; e Wafa Koraichi (três anos e quatro meses), irmã de Mohamed Koraichi, que se uniu ao Estado Islâmico com a esposa italiana, Alice Brignoli, e três filhos pequenos.
O grupo vivia nas províncias de Lecco, Varese e Verbano, no norte da Itália. Com exceção de Wafa, que cumpre prisão domiciliar, os condenados estão encarcerados em uma penitenciária da região. Moutaharrik e Bencharki planejavam se unir ao EI na Síria e estavam sendo pressionados para realizar um atentado no país europeu.
Os investigadores também descobriram que o lutador de kickboxing escondia debaixo da cama um “punhal de combate” similar ao usado por terroristas para degolar suas vítimas. Segundo seu advogado, Sandro Clementi, a promessa de atacar o Vaticano foi apenas uma “bravata” dita a um amigo.
A Itália é o único grande país da Europa Ocidental que não sofreu atentados jihadistas no século 21, apesar de abrigar o coração do catolicismo, um dos alvos preferidos do Estado Islâmico. (ANSA)