ROMA E REGGIO CALABRIA, 10 JUN (ANSA) – O ministro do Interior da Itália, Marco Minniti, comemorou a prisão do mafioso italiano Vincenzo Macri, efetuada pela Polícia Federal no aeroporto de Guarulhos nesta sexta-feira (10).   

Minniti telefonou para o chefe da Polícia italiana, Franco Gabrielli, para parabenizar a operação internacional coordenada pela Procuradoria Antimáfia de Reggio Calábria e executada pelo Serviço Central Operacional da Polícia de Estado, pela Equipe Móvel de Reggio Calábria e pela polícia brasileira com a parceria do Serviço para a Cooperação Internacional da Polícia e da Interpol.   

“A prisão de Vincenzo Macri é uma outra importantíssima operação contra a ‘ndrangheta e que se soma com prisões de outros perigosos foragidos feitas graças ao trabalho extraordinário das Forças de Polícia”, afirmou o ministro.   

Quem também se manifestou foi a presidente da Comissão Antimáfia da Itália, Rosy Bindi, que afirmou que a prisão foi “um resultado extraordinário”.   

Segundo Bindi, trata-se “de mais uma prova da determinação com a qual nossas instituições combatem a ‘ndrangheta e não dão trégua aos seus fugitivos”.   

“A operação é ainda uma confirmação da importância de desenvolver e reforçar a cooperação internacional contra a criminalidade organizada, em particular, a ‘ndrangheta que é projetada com seus tráficos ilícitos por todo o mundo”, disse ainda a líder da Comissão agradecendo o trabalho das autoridades italianas.   

Nascido em Siderno, na região de Reggio Calábria, Vincenzo Macri era um dos principais expoentes do clã Commisso da máfia ‘ndrangheta. Ele estava há anos na lista dos foragidos mais perigosos do Ministério do Interior da Itália.   

Macri é filho de Antonio Macri, o líder “carismático” do clã e considerado o “boss de dois mundos”. Antonio era particularmente influente no Canadá e nos Estados Unidos e foi assassinado em uma emboscada em Siderno, em 20 de maio de 1975, no âmbito da famosa “primeira guerra da ‘ndrangheta”.   

Vincenzo Macri, que nos últimos anos se estabeleceu em Aalsmeer, na Holanda, geria os interesses ilícitos dos mafiosos. Nos últimos meses, ele estava morando em Caracas, na Venezuela, com uma identidade falsa descoberta pelos investigadores da Reggio Calábria.   

Além da importância da investigação interna, foi fundamental também a troca de informações entre o Serviço de Cooperação Internacional da Polícia e as polícias da Venezuela e do Brasil.   

A ‘ndrangheta é hoje um dos maiores grupos mafiosos da Itália, “rivalizando” com a Camorra, a máfia de Nápoles. Apesar de ser “menos famosa”, a organização está espalhada para muito além do tráfico internacional de drogas e sua detecção é muito difícil. Atualmente, estima-se que existam seis mil membros mafiosos na Itália e outros 60 mil espalhados por mais de 30 países diferentes. Além de atuar no tráfico, já foram encontrados membros das ‘ndrines, como são conhecidos os clãs do grupo, em organizações estatais, em denúncias sobre manipulação de resultados esportivos e até ligados à gestão de recursos para a imigração. (ANSA)