No intuito de atrair moradores para os centros históricos abandonados, países como a França, Croácia, Espanha e Itália lançaram editais para vender casas pelo valor simbólico de um euro. A arquiteta mato-grossense Paula Magalhães, de 35 anos, foi uma das pessoas sortudas que conseguiu uma dessas residências. Ela viu um anúncio, se inscreveu e arrematou uma casa na cidade italiana de Calábria. As informações são da Casa Vogue.

Nesses editais, arquitetos e interessados se inscrevem, enviam o seu projeto para a residência e ganha o que conseguir mais pontos dos jurados. Para isso é necessário cumprir algumas regras e priorizar a restauração das propriedades abandonadas.

Em entrevista à revista, Paula relatou que se mudou para a Itália por tempo indeterminado no intuito de conseguir a cidadania. Durante a sua procura por um novo lar, encontrou essa casa histórica parcialmente deteriorada.

“Eu encontrei essa casa completamente abandonada, e ao invés de focar na bagunça, no que havia de errado, eu vi que ela tinha um arco muito bonito, e não conseguia ver nada de feio. Só imaginava ela toda linda e estruturada.”

“Acabei entrando nessa, aluguei uma casa no centro histórico e participei do edital. O desafio maior eram as pessoas que ficavam falando que eu não ia conseguir, por ser mulher, estrangeira, e ainda porque escolhi a casa mais disputada, na rua principal da cidade”, completou.

Em seu projeto, a arquiteta decidiu misturar um pouco da cultura mato-grossense com os aspectos históricos italianos que a residência trazia. “Optei por usar uma pedra típica da região, as janelas e esquadrias continuaram de madeira e ferro e as molduras foram restauradas. Se eu estou em uma casa que tem mais de 200 anos, não posso passar um reboco na parede e apagar tudo, eu gosto de preservar a memória.”

Novo lar

Em novembro de 2021, Paula recebeu a boa notícia de que o seu projeto havia ganhado a maior pontuação e assim poderia executá-lo em seu novo lar.

“Além da documentação, eu tive que assinar um seguro, tipo um cheque-caução de mil euros, porque caso eu fugisse do projeto ou abandonasse a casa, eu teria de pagar.”

A residência arrematada pela arquiteta é de 1959, tem 80 m², três andares e três quartos.

A sua expectativa é de que nos próximos meses o projeto comece a ser implementado.

Arquivo pessoal

Arquivo pessoal