ROMA, 3 JUL (ANSA) – Após uma fiscalização de 14 horas, as autoridades italianas bloquearam o Geo Barents, navio de resgate de migrantes da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), no porto de Augusta, na ilha da Sicília, informou a própria organização neste sábado (3).
“Ontem GeoBarents foi submetido a 14 horas de inspeção pelas autoridades italianas. Foram detectadas 22 violações e o navio está agora preso no porto de Augusta. É a 13ª vez que as autoridades italianas bloqueiam um navio humanitário nos últimos três anos”, escreveu a organização nas redes sociais.
Nos últimos dias, o barco resgatou 410 migrantes ao longo da costa da Líbia. Segundo a MSF, “as autoridades italianas usam as inspeções para atacar indiscriminadamente navios humanitários de ONGs” e “é óbvio” que, enquanto as embarcações estão bloqueadas, “muitas pessoas continuam morrendo no Mediterrâneo”.
“Nos primeiros seis meses do ano, 721 pessoas perderam a vida no mar – três vezes mais do que no mesmo período de 2020. Em Lampedusa, os corpos das vítimas do último naufrágio são uma terrível lembrança da negligência dos Estados da UE”, acrescenta a ONG, fazendo referência aos sete mortos e nove desaparecidos, muitos deles crianças, no último dia 30. “Faremos todo o possível para voltar ao Mediterrâneo para salvar vidas”.
Além da Geo Barents, as autoridades italianas bloquearam outras quatro embarcações humanitárias por supostas irregularidades: Sea Eye 4, o Alan Kurdi e o Sea Watch 3 e 4. (ANSA)