SÃO PAULO, 30 OUT (ANSA) – A Itália registrou nesta sexta-feira (30) mais um recorde de casos do novo coronavírus em 24 horas e se encaminha para entrar no pior cenário da escala definida pelo governo.   

Segundo o boletim atualizado do Ministério da Saúde, foram contabilizados mais 31.084 contágios em um único dia, cerca de 4 mil a mais que na última quinta-feira (29), que detinha a maior marca até então.   

Com isso, o número de pessoas já infectadas pelo Sars-CoV-2 na Itália subiu para 647.674. O país também soma 38.321 mortes, após um crescimento de 199 nesta sexta-feira, número equivalente às cifras da primeira quinzena de maio, ainda durante o lockdown.   

De acordo com o monitoramento semanal do Instituto Superior da Saúde (ISS), órgão científico do governo italiano, a pandemia está em “rápida piora” no país e se encaminha para um “cenário de tipo 4”, o mais grave de todos.   

Esse estágio significaria transmissão descontrolada do vírus, com “criticidades para o sistema sanitário em curto prazo”, e prevê medidas “muito agressivas” para conter a crise. A Itália, segundo o governo, ainda está no “cenário 3”, mas quatro regiões (Calábria, Emilia-Romagna, Lombardia e Piemonte), além da província de Bolzano, já chegaram ao estágio 4.   

Em meio à aceleração da pandemia, pela primeira vez um ministro cogitou em público a hipótese de restabelecer o lockdown em todo o país. “Faremos de tudo para evitá-lo, mas, se for necessário, assumiremos o ônus da escolha, assim como fizemos em março”, disse nesta sexta o chefe da pasta de Relações Europeias, Vincenzo Amendola, ao site HuffPost.   

De acordo com o Ministério da Saúde, a Itália ainda contabiliza 283.567 pacientes curados e um recorde de 325.786 casos ativos, sendo que 1.746 estão internados em UTIs, maior número desde 29 de abril (1.795).   

O primeiro-ministro Giuseppe Conte já decretou o fechamento de academias, piscinas, teatros e cinemas e a limitação do horário de funcionamento de bares e restaurantes até as 18h. Algumas regiões foram ainda mais longe e já impuseram toque de recolher noturno, como Lombardia, Lazio e Campânia, as três mais populosas do país. (ANSA).