SÃO PAULO, 23 JAN (ANSA) – A Procuradoria de Milão, na Itália, abriu um processo para investigar se a Série A assinou um acordo com as emissoras de televisão para tentar evitar que os cânticos racistas nos estádios fossem reproduzidos nas transmissões dos jogos.   

Tudo começou em decorrência do vazamento de um polêmico áudio do diretor executivo da entidade, Luigi De Siervo, dando sinal verde para os microfones nos estádios serem desligados para não deixar que os coros racistas fossem ouvidos nas transmissões televisivas.   

A gravação foi realizada através de um celular em uma reunião dos dirigentes da Série A, em setembro, e enviado para o jornal “La Reppublica”. Em uma entrevista à “Rádio Capital”, De Siervo declarou que isso foi “uma tentativa desajeitada” de o “envergonhar” como membro da Lega Calcio.   

O promotor Alberto Nobili, que lidera as investigações, busca avaliar se por trás do conteúdo do áudio houvesse um acordo entre a organização e as emissoras para supostamente evitar multas pelos cânticos racistas e assim melhorar a imagem do futebol italiano.   

De acordo com a imprensa do país, De Siervo deverá ser ouvido em breve pelos investigadores do caso. Além das apurações deste caso protagonizado por De Siervo, foi aberta no Ministério Público de Milão uma outra investigação sobre a eleição de Gaetano Miccichè como presidente da Lega Serie A, em 19 de março de 2018. No entanto, o cartola renunciou ao cargo no final do ano passado.(ANSA)