Itália apresentará medida contra ‘fast fashion’ em breve

ROMA, 15 OUT (ANSA) – O governo da Itália anunciou nesta quarta-feira (15) que apresentará, nos próximos dias, uma nova medida para conter a “invasão” de produtos de fast fashion no país.   

O objetivo é proteger a cadeia produtiva italiana da concorrência desleal de artigos têxteis e calçados de baixo custo, produzidos fora da União Europeia.   

A decisão foi divulgada pelo ministro das Empresas e do Made in Italy, Adolfo Urso, após uma reunião de emergência com representantes do setor de moda, um dos símbolos da excelência italiana no exterior.   

“Nos próximos dias, após a reunião de hoje com representantes da indústria, apresentaremos uma medida para enfrentar o fenômeno da ultra fast fashion: uma invasão de produtos estrangeiros de baixo custo que prejudicam nossos produtores e colocam os consumidores em risco”, declarou o ministro.   

Participaram do encontro líderes de importantes entidades do setor, como a Câmara Nacional da Moda Italiana, a Fundação Altagamma, a Federmoda CNA e a Confartigianato Moda.   

A nova medida faz parte de um pacote mais amplo de ações em defesa da produção nacional. Segundo Urso, ela complementará o processo iniciado com a aprovação, na véspera, pela Comissão do Senado, de um primeiro conjunto de medidas voltadas à transparência e à qualidade do trabalho nas cadeias de suprimentos.   

Entre os principais pontos da proposta está a aplicação imediata de parte da diretiva europeia que estende a responsabilidade do produtor (EPR) às empresas que vendem produtos no mercado italiano, mesmo que fabricados fora da UE. Isso significa que essas companhias também serão responsabilizadas por impactos ambientais e sociais de sua cadeia produtiva.   

Segundo nota oficial do Ministério das Empresas, a proposta foi recebida com apoio unânime das associações comerciais e deverá garantir mais proteção aos produtores italianos, promovendo maior transparência e responsabilização em todo o setor.   

Durante a reunião, Urso também apresentou o pacote de medidas aprovado no Senado, que institui um sistema voluntário de certificação da cadeia de suprimentos. A ideia é promover legalidade, rastreabilidade e boas práticas no setor têxtil e de moda.   

Empresas que aderirem a esse sistema e adotarem modelos organizacionais de prevenção de irregularidades poderão usar o selo “Cadeia de Suprimentos de Moda Certificada”, sob supervisão de um registro público e da Autoridade Italiana da Concorrência.   

Uma nova rodada de discussões entre o governo da premiê Giorgia Meloni e representantes da moda italiana está marcada para o próximo dia 17 de novembro. (ANSA).