ROMA, 24 JAN (ANSA) – O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, disse neste domingo (24) que o governo italiano está pronto para apoiar “todas as ações diplomáticas, incluindo eventuais sanções da União Europeia” contra a Rússia pela prisão do opositor russo Alexei Navalny.   

“Condenamos claramente que um líder da oposição foi detido na chegada ao aeroporto e estamos prontos para todas as ações diplomáticas, incluindo eventuais sanções da União Europeia”, disse o chanceler italiano em entrevista à emissora Rai3.   

Navalny foi detido na semana passada em seu desembarque na Rússia após passar cinco meses na Alemanha para se recuperar do envenenamento sofrido com uma substância química do grupo Novichock, veneno desenvolvido ainda na União Soviética no fim da década de 1970, na Sibéria.   

Ontem (23), milhares de apoiadores foram às ruas de pelo menos 65 cidades da Rússia para pedir sua libertação. No entanto, as autoridades de Moscou protagonizaram uma repressão severa contra os manifestantes. Mais de 3,3 mil pessoas foram detidas, segundo levantamento da organização de monitoramento de protestos OVD Info.   

Os Estados Unidos pediram à Rússia que libertasse os manifestantes e jornalistas detidos nos atos de apoio ao crítico do presidente Vladimir Putin e condenaram o que chamaram de “táticas severas” usadas contra eles.   

Em seu site, a embaixada dos Estados Unidos em Moscou publicou um comunicado com a lista dos lugares de manifestação de sábado, pedindo para os americanos não comparecerem.   

A nota, no entanto, provocou polêmica entre os países. Hoje, a Rússia acusou o governo americano de “ingerência” e denunciou o conteúdo do texto.   

Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pela agência de notícias Interfax, o comunicado “constitui, indiretamente, uma ingerência absoluta em nossos assuntos internos”.   

A prisão – No dia 12 de janeiro, a Justiça da Rússia informou que Navalny seria preso se retornasse ao país por ter violado uma pena de prisão domiciliar imposta em 2014. À época, ele foi condenado a 3 anos e meio de prisão por um suposto desvio de 26 milhões de rublos (cerca de R$ 1,9 milhão) de uma empresa de cosméticos francesa.   

No dia 29 de dezembro, a Agência de Serviços Penitenciários (FSIN) ordenou que ele se apresentasse em uma delegacia, mas, obviamente, isso não ocorreu porque Navalny ainda estava na Alemanha em tratamento médico.   

No domingo passado, Navalny e sua esposa Yulia voltaram à Rússia, mesmo sabendo que isso acabaria em detenção. O voo deveria ter pousado no aeroporto de Vnukovo, onde dezenas de apoiadores do opositor foram presos pela polícia, mas o piloto informou que “por motivos técnicos”, eles pousariam em Sheremetyevo. (ANSA)