Itália antecipa decisão da Unesco e lança enciclopédia culinária

ROMA, 3 DEZ (ANSA) – Às vésperas do resultado da Unesco para tombar a cozinha da Itália como patrimônio mundial, o país lançou a Enciclopédia da Culinária Italiana, que resume quase 130 anos de história de uma das gastronomias mais apreciadas no mundo.   

A proposta, que em breve estará disponível também em versão virtual, abrange 1,1 mil receitas, incluindo fotografias e referências a sete livros de receitas históricos, como a primeira edição da obra de Pellegrino Artusi, publicada em 1891, e “O talismã da felicidade”, nas edições de 1931 e 1999.   

A enciclopédia também cita 700 ingredientes, inclusive os de indicações geográficas, trazendo ainda 900 valores nutricionais, 200 comentários sobre saúde e 200 elementos histórico-antropológicos.   

Outros destaques são 100 sugestões para combinar receitas nutricionalmente benéficas, além de um atlas alimentar e outro nutricional.   

A iniciativa foi apresentada nesta semana durante o evento “Culinária Italiana: Aguardando a Unesco”, organizado pelo Conselho Italiano para a Pesquisa Agropecuária (Crea) em colaboração com a Associação Regional de Jornalistas Agroalimentares.   

“O projeto nasce poucos dias antes do anúncio da candidatura [da culinária italiana] à Unesco [em 2023] e começou como um conjunto de dados em um site. Então percebemos que esse trabalho representaria uma grande oportunidade”, afirmou Stefania Ruggeri, nutricionista e pesquisadora principal do Crea Alimentos e Nutrição.   

Para os responsáveis, a Enciclopédia da Culinária Italiana é, por um lado, “uma narrativa histórica, ao propor uma viagem no tempo e revelar como os hábitos alimentares italianos mudaram e como a culinária e seus ingredientes evoluíram”.   

“Por outro, traz conselhos práticos sobre como preservar e adaptar uma receita histórica aos tempos modernos, juntamente com seu valor nutricional”, dizem os criadores da obra, que reuniram indicações de especialistas em massas, queijos, carnes, aquicultura, horticultura, floricultura, viticultura, cítricos, olivicultura e fruticultura, além de relacionarem a gastronomia da Itália com a saúde.   

“Por trás da culinária italiana, há muita investigação e inovação”, afirmou Maria Chiara Zaganelli, diretora-geral do Crea.   

A decisão final da Unesco sobre a candidatura da culinária italiana como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade está prevista para ser anunciada a partir de 8 de dezembro em Nova Délhi, na Índia. (ANSA).